Arcoverde, no Sertão do Moxotó, tem passado “por um cenário caótico” – de acordo com a oposição-, com o fim da gestão do prefeito Wellington Maciel (MDB). Nas portas das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), cartazes fixados com letras grandes e frias informam o fechamento temporário dos serviços médicos. “Não haverá atendimento médico no mês de dezembro”, diz um, enquanto outro explica que a redução no atendimento “é consequência de demissões”.
A decisão deixou a população carente de atenção médica. Para muitos, o acesso à saúde é limitado, e a UBS representa o ponto de partida para resolver demandas que asseguram o bem-estar da comunidade. além disso, o atendimento em unidades de saúde pública é o único recurso para quem enfrente dificuldades financeiras e não possuem condições de arcar com um tratamento particular.
E os impactos não se limitam às UBSs. O Centro de Especialidades Santa Ramos e o Centro de Oftalmologia também suspenderam suas atividades, assim como a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Com a alegação de um processo de transição de governo, a Prefeitura de Arcoverde justifica a medida.
A solução temporária indicada pela prefeitura é que a população busque atendimento no Hospital Regional Dr. Ruy de Barros Correia.
Uma ação será protocolada junto ao Ministério Público, já que os recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) continuam sendo repassados ao município. Até lá, a assistência encontra-se suspensa. Em um cenário como esse, a saúde deixa de ser uma política pública de prevenção e se transforma em uma promessa que, quando não cumprida, custa a vida de quem não tem recursos para reivindicar. Cabe agora ao prefeito eleito Zeca Cavalcanti (PODE), iniciar seu mandato em 2025 assumindo a regularização do sistema público da saúde municipal.
Foi irregular
A prefeita reeleita de Catende (Mata Sul), Dona Graça (PSDB), tem um ‘abacaxi’ para descascar. É que o Ministério Público Eleitoral (MPE) entrou com um pedido de cassação da sua candidatura. O parecer foi protocolado através do promotor Rômulo Siqueira França, que enxergou propaganda eleitoral irregular na campanha no munícipio. Durante um evento que teria acontecido durante o mês de setembro em um ginásio da cidade, a gestora teria utilizado recursos públicos que terminaram por beneficiar sua própria campanha.
Suspensão
Somando mais de R$ 10 milhões, o Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) determinou a suspensão de três processos licitatórios realizados pela Prefeitura de Araripina, Sertão do Araripe. As licitações envolviam contratos para gestão de frotas, recapeamento asfáltico e aquisição de kits paradidáticos, todos com indícios de irregularidades e programados nos últimos meses do atual mandato. O Ministério Público de Contas apontou que as contratações violavam o artigo 42 da Lei de Responsabilidade Fiscal, que proíbe gestores de assumirem novas despesas sem lastro financeiro nos dois últimos quadrimestres do mandato. Além disso, as despesas colocariam em risco o equilíbrio orçamentário da futura administração.