Em Amaraji (Mata Sul), não se fala em outra coisa depois que uma briga familiar saiu dessa seara para chegar aos palanques e movimentar a política no município.

A vereadora da oposição, Júlia de Berna (Avante), abriu fogo contra a prefeita, Aline Gouveia (PSB), que é sua prima. Além das críticas à gestão, o ataque foi ainda contra os pais da gestora que, segundo a parlamentar, são investigados por corrupção.

Toda a fala foi registrada no plenário da Câmara Municipal de Vereadores da cidade, quando Julia abriu o verbo criticando o funcionamento da cozinha comunitária – que tem banheiros públicos, mas vivem fechados.

“É muita audácia e coragem colocar o nome da nossa avó, que era mesa farta, em uma cozinha que só funciona três horários e três vezes na semana. Que cuidado é esse com a população de Amaraji, que até o banheiro público fica fechado para visitantes e para a população em geral?”, detonou a prima.

A vereadora ainda revelou que a Polícia Civil investiga um valor de R$ 29 milhões que teria sido destinado ao pai e a mãe da prefeita. “E ainda abre a boca para falar em ‘família faz de conta’. Um pouco hilário. Um pai e uma mãe investigados pela Polícia Civil de Pernambuco, onde mais de R$ 29 milhões caíram na conta não foi de Júlia de Berna não, você sabe bem em qual conta caiu. E eu quero ver você dizer, prefeita, que é mentira da polícia de Pernambuco e da delegada que investiga os serviços da Draco”, disparou.

Conversando

Quem abriu diálogo com alguns prefeitos pernambucanos foi o senador Fernando Dueire (MDB). Em Brasília, ele recebeu uma comitiva de gestores do Sertão e Agreste do Estado. De acordo com o senador, essa é uma estratégia para descentralizar o seu mandato. Participaram do encontro os prefeitos dos municípios de Salgueiro, Marcones Sá; de João Alfredo, José Martins; e de Quixaba, José Pereira Nunes. Os prefeitos foram atrás de ajuda federal para ações municipais, com foco nas áreas de saúde, abastecimento e infraestrutura.

Abriu diálogo

O presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB), recebeu 42 prefeitos e ouviu demandas por mais recursos. Solicitado pela Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), o debate teve foco no pacote fiscal enviado à Alepe pelo Poder Executivo, que, segundo Porto, deve ser votado amanhã (26). Durante o encontro, os gestores relataram as dificuldades geradas pela queda nas receitas provenientes do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e do ICMS. Segundo as prefeituras, a situação compromete a manutenção de serviços à população. Segundo a presidente da Amupe, Márcia Conrado, já foi feito um acordo com o governo do Estado para o pagamento de emendas parlamentares, reajustes nos valores para o Transporte Escolar e antecipação do Programa de Recuperação Fiscal (Refis). “Já conseguimos assegurar mais de R$ 250 milhões nos últimos três meses. Vamos manter o diálogo entre todos os atores políticos, trabalhando, principalmente, por municípios que mais precisam”, salientou.