Quando o parlamento vira palanque

A sessão desta terça-feira (24) na Câmara de Vereadores de Petrolina foi mais uma vez um palco para disputas partidárias e de grupos políticos. Outra vez os vereadores abriram mão de discutir projetos do interesse do cidadão petrolinense para transformar a Casa Plínio Amorim em um ringue político, onde atacar e defender o integrante do outro grupo foi mais importante que os dramas dos cidadãos.

Na guerra das bancadas, a oposição sedenta pedia informações referentes às empresas citadas na Decisão AC-4430-STF da Operação Lava Jato. O objetivo era descobrir se estas empresas teriam contrato com a prefeitura municipal. Mas o objetivo não era proteger o Erário, o cidadão, mas comprometer o grupo da situação.

Já os vereadores da situação detonavam os opositores, acusando-os de promoverem apenas o “palanque político” com a solicitação.

É claro que os vereadores têm de saber quem contrata com a prefeitura. É o papel deles investigar e fiscalizar o governo. Mas isso é mais legítimo quando esse interesse seja desprovido do oportunismo político apenas.

Poder legislativo deveria ser poder fiscalizador, e não palanque eleitoral. Além dos políticos e suas assessorias, cidadão nenhum quer discutir eleição agora, a um ano do pleito. O que todos esperam é um Executivo que trabalhe e um Legislativo que fiscalize. Mas não fiscalizar apenas para que ele perca e o seu lado ganhe, e sim para que se cumpra um papel limpo, honesto e comprometido com a confiança popular.

Estamos com saudades de representantes desprovidos da ambição eleitoral, que critique as falhas, mas que reconheça vitórias. Gente comum, mas com vontade de dizer mais ‘sim’ do que ‘não’, de bem-intencionados. Sem partidos, mas com causas. Parece até um sonho romântico. E é.

Seria necessário?

Deve entrar em breve na pauta da Casa Plínio Amorim um projeto de Decreto Legislativo de autoria do vereador Zenildo do Alto do Cocar 9PSB), concedendo título de Cidadão Petrolinense a ninguém menos que…o prefeito Miguel Coelho (sem partido). A pergunta que alguns se fizeram ontem, na sessão plenária: seria mesmo necessário?

Governo federal e Rede PEBA

Para a secretária de Saúde de Juazeiro (BA), Fabíola Ribeiro, já passou da hora de o governo federal assumir a responsabilidade pela Rede Interestadual de Saúde do Vale do Médio do São Francisco Pernambuco/Bahia (Rede PEBA). “Essa rede precisa ser reconhecida pelo Ministério da Saúde, uma vez que o município de Juazeiro tem arcado com serviços e recursos próprios que termina atendendo toda uma população vizinha, muito além do que a rede municipal suporta. A nossa missão tem sido de fazer entender que a rede assistencial de Juazeiro necessita que Estado e Governo Federal assumam a responsabilidade regional, que hoje está sobre nosso município”, enfatizou Fabíola, durante audiência pública em Petrolina realizada pelo MPF.

Cadê Elismar?

Um dos integrantes da bancada de oposição na Câmara de Petrolina, o vereador Elismar Gonçalves virou protagonista na sessão de ontem (24), mesmo ausente. O motivo foi um requerimento do líder da bancada, Paulo Valgueiro (MDB), o qual continha o nome de Elismar, mas não a assinatura. Pense numa confusão.