Comissões da Alepe repudiam fala polêmica de vereadora de Arcoverde

por Carlos Britto // 01 de novembro de 2023 às 21:10

Foto: Nando Chiappetta/Alepe

Uma declaração da vereadora de Arcoverde (Sertão do Moxotó), que associou o autismo a “castigo divino”, ao criticar uma adversária política na cidade, foi repudiada pelas comissões de Educação e de Cidadania, nesta quarta (1º). Zirleide Monteiro (PTB) afirmou que uma pessoa com quem ela teve um desentendimento “teve um filho deficiente porque tinha alguma conta a pagar com aquele lá de cima”. A fala foi dita numa reunião da Câmara de Vereadores da cidade, na última segunda (30/10).

Waldemar Borges (PSB), presidente do colegiado de Educação, e Dani Portela (PSOL), à frente da Comissão de Cidadania, anunciaram uma representação conjunta contra a vereadora. O posicionamento será levado ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e à Comissão de Ética do Legislativo municipal de Arcoverde.

Faço essa proposta em razão da gravidade e do mau exemplo que essa declaração significa. A população tem que entender que uma casa legislativa não é um espaço que se preste a esse tipo de postura preconceituosa e capacitista, e onde se destile tanto ódio e insensatez”, declarou Waldemar. Para ele, as comissões têm dever e responsabilidade pedagógica de mostrar “que não é assim que a democracia funciona”.

O tema também repercutiu na reunião da Comissão de Cidadania. Na ocasião, Dani Portela afirmou que a fala chocou a todos. “Todo mundo conhece, ou tem muito próximo, alguma pessoa com deficiência ou neurodiversidade. Aquela fala fere não só pais, mães, familiares ou pessoas neurodiversas. Fere a sociedade pernambucana e brasileira”, expressou. “Não podemos conviver com falas como esta em pleno século 21”, prosseguiu.

Unanimidade

As propostas foram aceitas por unanimidade nos dois colegiados. Renato Antunes (PL) ressaltou, em Educação, que o repúdio às declarações da vereadora “está acima de posições partidárias”. Já Rosa Amorim (PT) lamentou, no colegiado de Cidadania, “que a fé seja utilizada para justificar falas capacitistas e preconceituosas”. Pai de um filho com autismo e irmão de uma pessoa com deficiência, o deputado Luciano Duque (SD) defendeu que o papel de um legislador deve ser o de fazer a defesa desses cidadãos. “A gente sente na pele o preconceito da sociedade, mas nunca espera de um representante público uma fala tão desagradável e desrespeitosa”, disse. As informações são da Alepe.

Comissões da Alepe repudiam fala polêmica de vereadora de Arcoverde

  1. galdino disse:

    O fundamentalismo político-ideológico-religioso se transforma numa arma de alienação de massas. Pessoas que cultivam esse mesmo tipo de postura estão espalhadas aos montes no mundo. Esse tipo de comportamento são causas de guerras, desde a comunidade até nações. Tem de ser repudiado mesmo. Essa pessoa se apossa dos valores religiosos invertidos , radicaliza seus discursos, para atrair aquele público fanático que dantes destruíra as sedes democráticas da nação. Tem de ser cassado o mandato. Não representa a democracia, representa um público abjeto que precisa se reeducar para aprender a viver numa sociedade verdadeiramente democrática.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Últimos Comentários