O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) participou da 6ª reunião ordinária do Conselho Gestor do Projeto de Integração do Rio São Francisco (CGPISF), nesta semana, na sede da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) do Estado do Ceará, em Fortaleza. No encontro, o coordenador da Câmara Consultiva Regional (CCR) Baixo São Francisco, Honey Gama, representou o CBHSF e afirmou que como a transposição do Velho Chico não tem mais volta, os Estados beneficiados com a mudança de curso das águas (Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte) deveriam entrar na briga pela revitalização do Rio São Francisco.
“O Comitê nunca foi a favor (da transposição). Foi uma decisão política para beneficiar Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará. Mas já que ocorreu, que haja uma gestão sustentável, compartilhada, participativa e que haja uso racional da água. Esperamos que os Estados se somem à briga pela revitalização. O Governo Federal já vem criando, através do Ministério da Integração Nacional (MI), o Programa Novo Chico justamente para revitalizar. Mas, com toda essa crise política, institucional e financeira, o projeto não saiu do papel”, lamenta Honey.
Para ele, as reuniões do CGPISF focam mais no tema transposição e pouco em revitalização. “Inclusive, o Comitê aprovou um plano de ações prevendo investimentos na Bacia e forma de revitalização. O Governo Federal teria de ter uma maior sensibilidade para implementar o Plano de Revitalização da Bacia. Seriam recursos do governo e gestão participativa dos Estados”, complementa.
Entre os presentes no Conselho, estavam representantes do Ministério da Integração, da Casa Civil do Governo Federal, do Meio Ambiente, da Agência Nacional de Águas (ANA), da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), além de secretários de Estado de Recursos Hídricos e de Meio Ambiente dos quatro Estados, do CBHSF e do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).
Situação
Aos membros do CGPISF, Honey relatou a situação atual da bacia do Rio São Francisco. “Antes tínhamos uma vazão de 1,3 mil m³/s (metros cúbicos por segundo). Hoje a vazão está em 550 m³/s. Eu não gostaria de estar vivenciando uma situação hídrica tão grave, mas a gente tem de esperar e buscar alternativas para minorar os danos. Então, pessoal, o Comitê espera uma gestão das águas compartilhada, racional e que realmente haja esse investimento na revitalização do rio”, reforçou. (fonte/foto:CBHSF)
Comitê da Bacia do Rio São Francisco, e a sede fica em Maceió, cidade que não faz parte da dita bacia hidrográfica. Pode Arnaldo?