Desesperada com a situação de seu esposo, que aguarda por uma cirurgia há três meses, a comunitária Jussara Guimarães decidiu denunciar o drama do marido, o sargento do Corpo de Bombeiros Jair de Souza Bispo.

Jussara conta que Jair está sofrendo com um tumor cervical e até agora permanece em casa, à espera por uma cirurgia que não pode ser feita, simplesmente porque não há especialista na rede pública da cidade.

Não bastasse o problema na rede pública, a comunitária também denuncia a negligência do Sistema de Saúde dos Militares de Pernambuco (Sismepe) que, segundo ela, teria cortado a assistência do servidor.

“Eu estou desesperada e não sei mais o que fazer. Levei ele para a UPA e para o Hospital Regional de Juazeiro, mas simplesmente não tem cirurgião de cabeça e pescoço pelo SUS. Além disso ele tem um plano de saúde do Corpo de Bombeiros, mas o Sismepe cortou o atendimento. Agora quando ele mais precisa, só atendem no Recife. mas como é que eu vou levar ele [esposo] para lá? não sei nem se ele aguenta uma viagem assim”, diz Jussara.

Ela conta ainda que para amenizar a situação o sargento precisa ao menos de uma traqueostomia, uma vez que já não consegue respirar. “Ele teria de fazer uma traqueostomia de urgência para facilitar a respiração. Mas o cirurgião só faz particular”, revela.

Jussara lamenta ainda que seu marido tenha prestado tanto serviço à população, e agora sofra com esse descaso na saúde pública. “Meu esposo teve 26 anos de serviço ao Estado e foi aposentado por invalidez. Em 2009 recebeu até condecoração de honra ao mérito por ter sido o bombeiro que mais se destacou na corporação, e hoje vejo ser descontado no contracheque dele um valor que não serve para nada. Aonde vamos parar com o descaso de um governo que nos prometeu mais saúde, mais segurança, mais educação e somos tratados como vermes insignificantes. Sim, porque se para um militar está assim, imagina para sua família?”, lamenta.

Mobilização

Segundo Jussara, o Corpo de Bombeiros da cidade estaria se mobilizando na tentativa de conseguir uma viatura para levar o sargento até o Recife, onde ele deve ser atendido. “Recebi uma ligação do pessoal dos Bombeiros e eles estão vendo uma viatura para levar ele para o Recife, mas não sei se ele aguenta”, informa.

Sobre a falta de assistência ao paciente, o Blog tentou ouvir o Sismepe na manhã de hoje (16), mas o número fornecido sempre estava ocupado.  Também questionamos a falta de profissionais à Secretaria Municipal de Saúde, que explicou que neste caso o atendimento é feito através do Tratamento Fora do Domicílio (TFD), devido ao déficit de profissionais da região.