Conselho da Juventude de Juazeiro é contra a exclusão do Enem na Univasf

por Carlos Britto // 26 de março de 2012 às 16:29

Em email enviado ao Blog, a assessoria de comunicação do Conselho Municipal da Juventude de Juazeiro expressou claramente sua opinião contrária ao pedido do prefeito de Petrolina, Julio Lossio, ao ministro da Educação, Aloizio Mercadante, pela exclusão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como forma de ingresso na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf).

Confiram:

O Conselho Municipal da Juventude de Juazeiro é um órgão cujo objetivo é garantir as políticas públicas de juventude, tendo no protagonismo juvenil a sua principal forma de trabalho. O Comjuv vem a público expressar a sua opinião contrária ao pedido do prefeito de Petrolina ao MEC.  A democratização do acesso à universidade pública sempre foi uma das principais bandeiras defendidas pelos movimentos sociais. Sempre defendemos um projeto de sociedade justa e libertária. Acreditamos que a adoção por parte da Univasf ao Enem, como forma de ingresso substituindo o vestibular tradicional e a implantação de cotas seja um grande avanço no sistema educacional, tanto por usar uma metodologia avançada quanto por democratizar o acesso ao ensino superior.

O Enem mudou completamente os critérios de avaliação cobrados para entrada no ensino superior. O vestibular favorece a lógica de mercado da educação com a propagação exponencial dos cursinhos pré-vestibulares, que priorizam a ‘decoreba’ de fórmulas e regras que fogem da realidade de nossa juventude, o que transforma o ingresso aos cursos de nível superior num verdadeiro “funil”. Com o Enem, saímos de uma avaliação conteudista, que não valoriza a capacidade de interpretação da juventude e entramos em uma nova forma de avaliação que valoriza a interpretação, a leitura, o raciocínio lógico e a análise do conteúdo aplicado a sua realidade e temas que cercam nosso cotidiano.

No entanto, nos últimos anos houve problemas quanto à realização da prova, vazamento das questões, erros de impressão e montagem dos cadernos. Esses erros crassos devem ser sanados, mas não devem de forma nenhuma servir para descaracterização do Enem em sua totalidade, não pode tirar sua importância como índice responsável pela busca de melhoria do Ensino Médio, assim como a livre e universal possibilidade de acesso ao curso superior.

O Comjuv acredita que os estudantes que residem na nossa região levam, sim, a desvantagem quando concorrem com os de outros estados, em função de que a formação em segundo grau nas escolas públicas, na grande maioria dos colégios, deixa a desejar. O que já não ocorreria em outras partes do país onde a educação é mais priorizada pelos governantes, a exemplo de São Paulo, Minas Gerais e os estados do sul. Porém, a exclusão do Enem não seria a solução. Acreditamos que a regionalização do exame poderia diminuir o sofrimento do jovem da região.

A Univasf também poderia assumir tarefas na organização do exame. Não somos contra a vinda desses “migrantes” estudantis, desde que a presença deles não tomasse vagas dos que aqui estão se esforçando para conseguir o tão sonhado canudo de papel e, muitas vezes, tem seus sonhos frustrados e são obrigados a tentar a sorte nas faculdades particulares”.

Ascom/Comjuv

Conselho da Juventude de Juazeiro é contra a exclusão do Enem na Univasf

  1. Severino Gomes disse:

    Esse enem veio pra atrapalhar tudo, não esta servindo de nada a população, so tem gente de fora e filhinho de papai que paga cursinho e passa na merda desse enem, certamente eu prefiro que tivesse vestibular no meio do ano e deixasse esse enem no final do ano mesmo, assim pelo menos teria mais gente daqui na Univasf !

  2. UEVASF disse:

    Somos um movimento estudantil que busca uma segunda fase para a univasf, não a esclusão total do enem!
    http://www.facebook.com.br/uevasf

  3. nina disse:

    Já vi q o comércio é bom, mas para mim não vj vantagem nenhuma nessa forma de avaliar, aliás o ENEM é completamente excludente, é a incapacidade do poder público de fornecer ensino universitário para quem quer estudar. Acorda Brasil!!!

  4. quem estudada passa disse:

    GENTE O INVERNO JÁ PASSOU PODE SAIR DA IBERNAÇÃO,O ENEM É FATO CONCRETIZADO, E QUEM QUISER CONSEGUIR UMA VAGA NA UNIVASF, TEM QUE PARAR DE RECLAMAR DA FORMA DE INGRESSO E ESTUDAR MAIS, ASSIM QUERO VER SE NÃO CONSEGUE ENTRAR. A MELHOR UNIVERSIDADE DO MUNDO HARVARD A FORMA DE INGRESSO É PARECIDO COM O DO ENEM.

  5. Crítico disse:

    ENEM É MAIS UMA MAZELA DO GOVERNO FEDERAL, E SÓ ATRAPALHA OS ESTUDANTES!!

  6. Frank disse:

    Concordo com quase tudo que foi dito. Entretanto uma regionalização do a entrada a univasf nada mais é que um retrocesso. Ora, se o enem vem para quebrar barreiras de distância e criar um fluxo de pessoas pelo pais, recriar tais barreiras não é absurdo?
    Concordo que os alunos do sul-sudeste são favorecidos por terem uma educação melhor (Mesmo que intangivelmente melhor). Mas esse tipo de discurso que “coitadiza” o estudante nordestino não faz mudanças reais. O que devemos lutar é por educação séria e de qualidade, não por subterfúgios para entrar na universidade. Devemos lutar pelo aperfeiçoamento e seriedade na aplicação e correção do enem, não pelo fim desse.
    O que acontece com os alunos que se sentem prejudicados pelo enem nada mais é que “medo do novo”. A educação conteudista que estão acostumados a ver regularmente está sendo desconstruída e se tornando mais intuitiva. O problema verdadeiro, entretanto, ocorre quando há ausência de senso crítico por parte desses estudantes. Aceitam sem questionar o que seus professores falam (esses também mais seguros com o conteudismo de outrora) e lutam contra algo que não percebem positivo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Últimos Comentários