As contas do governo registraram um déficit primário – despesas maiores do que receitas, mesmo sem contar os juros da dívida pública – de R$ 6,71 bilhões em novembro deste ano, informou a Secretaria do Tesouro Nacional nesta segunda-feira (29).
Trata-se do pior resultado, para meses de novembro, desde o início da série histórica disponibilizada pelo governo, em janeiro de 1997. No mesmo mês do ano passado, as contas do governo registraram um superávit primário de R$ 28,97 bilhões. Este valor registrado em novembro de 2013 – recorde para este mês – foi “inflado” pelo ingresso de mais de R$ 20 bilhões em recursos de parcelamentos.
Em um ano marcado por eleições, as contas públicas têm registrado forte deterioração devido ao aumento de gastos públicos, à ajuda à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e ao baixo ritmo de crescimento da arrecadação – resultado do fraco nível de atividade da economia e das desonerações de tributos anunciadas nos últimos anos pelo governo federal. Também recuaram fortemente neste ano as receitas de concessão.
De acordo com o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, outro fator que influenciou o fraco resultado das contas do governo em novembro foi o pagamento R$ 6,1 bilhões em precatórios no mês passado. “Estamos estimando para dezembro [resultado] positivo de dois dígitos [acima de R$ 10 bilhões]”, acrescentou ele.