Aumentar a comercialização do vinho nacional. Esse é o mais importante e, coincidentemente, o primeiro resultado a ser atingido pelo Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva de Vinhos, Espumantes e Sucos de Uva. O programa é objeto do convênio firmado no último dia 10 em Brasília pelo Sebrae e o Instituto Brasileiro de Vinho (Ibravin).
A assinatura ocorreu durante a 17ª Reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Viticultura, Vinhos e Derivados, realizada na sede do Ministério da Agricultura. O convênio prevê investimento das duas instituições na ordem de R$ 2,9 milhões. Está previsto o atendimento de 800 vinícolas formais e apoio a formalização de 1.300 empresas.
Para o diretor executivo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Carlos Paviani, a parceria representa importante passo para ampliar e tornar mais competitivo o vinho nacional, assim como o suco de uva e os espumantes. “A vitivinicultura é um dos setores que mais cresce e que gera emprego e renda. São cerca de 100 mil empregos diretos. A produção, que antes era centralizada apenas na região Sul, já tem se tornado presente em quase todo país”, afirma.
O objetivo do convênio é capacitar, disseminar informações e orientar as empresas que elaboram vinhos, espumantes e sucos de uvas nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Espírito Santo, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco e Bahia.
Há mais de um ano, o Sebrae vem trabalhando para estruturar a carteira de vitivinicultura. O planejamento plurianual da instituição prevê a execução de sete projetos no setor em quatro estados.
O produtor José Gualberto de Freitas Almeida, do Vale do São Francisco, tem o governo como um dos seus grandes clientes. Isso porque o Estado de Pernambuco oferece em suas festas somente vinhos produzidos na região. Para Gualberto, o setor ainda tem muito que avançar. “A carga tributária é elevada, diferentemente dos outros países. É também preciso quebrar o preconceito que existe entre os próprios brasileiros com relação ao vinho nacional”, ressalta.
Além dele existem na região mais seis vinícolas, sendo duas de origem estrangeira. Segundo ele, 15% da produção do vinho nacional produzido vem do Vale do São Francisco.