Cooperação entre Embrapa Semiárido e Chesf pretende desenvolver agricultura familiar no Baixo São Francisco

por Carlos Britto // 14 de julho de 2020 às 09:02

Foto: Marcelino Ribeiro (in memoriam)/Embrapa Semiárido

Uma cooperação entre a Embrapa Semiárido e a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) fez chegar um conjunto de inovações tecnológicas a milhares de pequenos agricultores. Nas propriedades de muito deles, atividades que apenas lhes garantiam a subsistência, adquiriram nova dinâmica produtiva e passaram a gerar volumes de renda que repercutem na qualidade da vida das suas famílias e comunidades rurais. Um impacto que as duas instituições, mais o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), pretendem promover em 12 municípios dos estados de Alagoas, Bahia, Pernambuco e Sergipe, localizados no entorno das Barragens do Complexo de Paulo Afonso e das Usinas Hidro Elétricas de Itaparica e Xingó.

Com este objetivo, e integrados às prefeituras, órgãos dos governos estaduais e entidades da sociedade civil vão executar até abril de 2022 o projeto “Ações de desenvolvimento para produtores agropecuários e estudantes dos Lagos do São Francisco”. O projeto, que possui 10 planos de ação, tem posto em operação uma rede de instituições públicas e organizações da sociedade civil para alcançar metas como a formação e capacitação de, no mínimo, 4 mil agricultores, técnicos e estudantes de escolas rurais.

A área de atuação se estenderá por Pariconha, Olho D’Água do Casado, Delmiro Gouveia e Piranhas, em Alagoas; Paulo Afonso, Rodelas e Glória, na Bahia; Petrolândia e Jatobá, em Pernambuco; e Canindé do São Francisco, Poço Redondo e Nossa Senhora da Glória, em Sergipe.

Pesquisadores, professores e técnicos que compõem as equipes dos planos de ação já enfrentam o desafio de elevar as produtividades da olericultura (cebola, tomate e melancia), bovinocultura (leite e carne), caprinovinocultura, avicultura, apicultura, fruticultura de sequeiro (umbu e maracujá, principalmente), e dos cultivos alimentares (milho, feijão e mandioca). A atuação é estendida à fruticultura irrigada (manga, goiaba, coco, banana e citros), à recuperação de mata ciliar do rio São Francisco e ao beneficiamento de produtos da agricultura familiar (leite e frutas).

Visitas

A execução do projeto tem avançado com visitas dos profissionais dessas equipes a comunidades, propriedades e escolas rurais para avaliação, junto com agricultores e gestores, oportunidades econômicas e apoio técnico ao estabelecimento de sistemas agrícolas produtivos e sustentáveis.

Esse método já foi experimentado em outros dois projetos executados junto com a Chesf – “Ações de desenvolvimento para produtores agropecuários e pescadores do território do entorno da Barragem de Sobradinho-BA”, Casa Nova, Pilão Arcado, Remanso, Sento Sé e Sobradinho; e o “Eólicas de Casa Nova”.

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