Coordenador do Conselho de Desenvolvimento Sustentável apresenta alternativas para amenizar problemas de acesso à água na zona rural de Petrolina

por Carlos Britto // 19 de novembro de 2015 às 07:30

nélio gurgel

A diferença entre a vida urbana e a rural é grande em Petrolina, notada no estilo de vida, mas principalmente nas alternativas de sobrevivência com a seca. Os impactos ocasionados pela forte estiagem que persiste na região já estão atingindo até os moradores de localidades próximas ao centro da cidade e ao Rio São Francisco, a exemplo do Roçado. A informação é do coordenador do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS), Nélio Gurgel.

De acordo com ele, para que as comunidades não sofram durante os períodos de seca prolongada, é necessário fazer um trabalho de estrutura e melhoria nos equipamentos de armazenamento de água utilizados na zona rural. “Saindo num raio de dois, três quilômetros do Rio São Francisco, as comunidades já passam sede. Precisamos fazer o melhor trabalho de estrutura e melhoria para esse público”, afirmou.

Nélio diz que as alternativas de armazenamento d’água na zona rural de Petrolina são poucas e muitas nem funcionam – existe um déficit de cerca de 480 cisternas de polietileno do Programa Água para Todos “que não foram validadas para serem implantadas”. Além da água para o consumo humano, o líquido para o consumo animal também está escasso. “Reforma e ampliação de barreiros e poços artesianos são alternativas viáveis. Precisamos reativar os trabalhos de ampliação e revitalização dos barreiros, pois o consumo animal também está prejudicado. A tecnologia para construção de barreiros é muito barata e eficaz”, frisou Nélio.

O coordenador do CMDRS disse que adutoras também são alternativas para aliviar a sede das comunidades rurais. “Adutora é uma alternativa excelente. A partir de 20 casas [na comunidade] já seria implantada uma pequena adutora, mas com água potável. Outra alternativa boa é a cisterna-calçadão, que tem capacidade para armazenar 52 mil litros d’água. São políticas públicas que já existem, mas que precisam de um foco para que a gente consiga resolver esse problema.

Parcerias

Segundo Nélio, revitalizar o que já tem na zona rural é uma alternativa para diminuir o uso de carros-pipas, que já teve seu número reduzido, além de incentivar a agricultura familiar e gerar renda para os moradores. Ele defende parcerias em nível de governo federal, estadual e municipal, para essas ações acontecerem. Nélio também frisa que os moradores do interior devem estar presentes nas discussões, pois são os principais beneficiários.

São ações que precisam de parcerias, a nível federal, estadual e municipal. Mas esse público da zona rural precisa estar envolvido nas discussões. Vamos levantar o número de cisternas que precisam ser averiguadas, e a Codecipe (Coordenadoria de Defesa Civil de Pernambuco) assumiu que vai realizar a checagem em campo. Eles vão fazer um novo cadastramento nessas áreas que estão tendo problemas para serem atendidas”, finalizou.

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