O Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Chico Mendes aceleram suas ações para criar, em conjunto, o Parque Nacional do Boqueirão da Onça, numa área que abrange 862 mil hectares no Estado da Bahia. A área completa prevista para o parque compreende parte dos municípios de Sobradinho, Juazeiro, Campo Formoso, Umburanas e Sento Sé.
A proposta deste novo Parque Nacional, localizado no Vale do Rio São Francisco e áreas próximas é, segundo seus idealizadores, proteger “as belezas cênicas, a vegetação e biodiversidade do local, o bioma caatinga e espécies animais em extinção, entre elas a onça-pintada”. Ao lado das boas intenções ecológicas do projeto, aparecem também preocupações sociais e humanas, como o desalojamento de populações inteiras na região.
As audiências públicas para discussão com a comunidade sobre o projeto aconteceram no final do ano passado, quando surgiram muitas dúvidas e críticas por parte da população local. Por dois aspectos, em especial, a área tomada de alguns municípios. De Sento Sé, por exemplo, de acordo com a proposta inicial, o parque ficaria com 49,40% da área municipal. Outro ponto é a desapropriação de terras e a indenização dos nativos sertanejos.
O projeto, que ainda está em fase de implantação, teve seu início em 2000, no governo do então presidente Fernando Henrique. De acordo com o artigo 11 da lei n° 9.985 de 18 de julho de 2000, o Parque Nacional tem como objetivo a preservação de ecossistemas naturais, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental. Ainda de acordo com a lei, o Parque Nacional é de posse e domínio públicos e as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas.
A preocupação dos poderes públicos, dos sindicatos de trabalhadores rurais das cidades envolvidas e de organizações como o Instituto Regional de Pequena Agropecuária Irrigada (IRPAA); a Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado (FETAG) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT) é, justamente, quanto ao destino que terão as pessoas que vivem na região. Estima-se que cerca de 700 famílias tenham que ser deslocadas com a execução do projeto.
Para José Gomes, morador de Sento Sé, esta é uma questão que remete muito à época da criação da barragem de Sobradinho. Muitas terras foram desapropriadas e até hoje as pessoas não receberam valor nenhum referente à desapropriação. “O Governo Federal não cumpre o que promete, tenho aqui um documento com mais de quarenta processos por reparação de danos, da época da barragem em que o governo nunca chegou a um acordo conosco. Por que agora seria diferente?”, questiona.
Além disso, sobre as famílias residentes dentro da área do parque, foi informado que seriam desapropriadas e receberiam dinheiro depois da avaliação da terra e se tiverem escritura do terreno.Poucas famílias possuem esse documento.
De fato, essa desapropriação é um ponto negativo!
Mas seria ótimo um Parque Nacional na Região de Juazeiro!
Como tenho vizinhos que não foram indenizados, quando da desapropriação de suas terras, ou as margens do rio ou nas ilhas para a construção da barragem de Sobradinho, minha solidariedade às pessoas que agora vivem o mesmo risco que correram e foram penalizadas, as que moravam na área de Sobradinho, para vocês possiveis novas vítimas de outro empreendimento “grandioso” a elegia de MAIAKOVSKI;
E NÃO DIZEMOS NADA…
Na primeira noite, eles aproximam-se
e colhem uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem,
pisam as flores, matam o nosso cão.
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra
sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,
e, conhecendo o nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.
Esse é o maior Projeto de Preservação da Biodiversidade do Vale do São Francisco. A Bióloga Claudia Bueno de Campos do Centro Nacional de Predadores ( CENAP ) – sediado em São Paulo – SP é a responsável pelo Projeto e é amiga pessoal dos Biólogos do 72° BI Mtz e os mesmos tem visitado com frequencia a área. É um Projeto responsável. Pena que as autoridades políticas e a imprensa não acompanhem os estudos científicos que são realizados em nossa região principalmente naquela área como por exemplo o Projeto da Arara Azul de Lear.
Tenho uma propriedade no Brejo da Martinha-Sento-Sé-Bahia.
Ouvi dizer q a localidade foi isentada do projeto pelo Ibama.Qual
a verdade sobre esta questão? E na verdade quem será indenizado?
Qual a as áreas dos municípios de sento-sé e sobradinho que fazem parte do projeto? Agradeço muito se obtiver estas respostas.
Corrigindo:Quais as áreas dos municípios de Sento-Sé e Sobradinho
que fazem parte do projeto?
PARQUE BOQUEIRÃO DA ONÇA.Minha familia estão nos 5 municipios. principalmente na area atingida em GAMELEIRA do dida onde nasci, e lages dos negros. Desde 1960 acompanho de perto vivendo aquela realidade. os garimpos, de mimoso,cabeludas, minaveia,poldra preta, agua azeda, patriado e outras dezenas nos municipios de campo formoso e sento-se. a lavoura cultivando mamona,milho,feijão e, tantos outros grãos. Todo o comercio desde o tempo do ouro, foi ilegal. e colhidos sempre com e exploração da força humana escravisada. quem conheceu aquelas serras e grutilhões com matas e nascentes. vendo hoje o que resta, sabe que este parque ou preservação está cem anos atrasado e, cada vez mais o futuro nos cobra esta dívida que ameaça a vida.
Armando fagundes silva.CEP O3929-270 SP. SP. 05/O2/10.
De fato a criação de uma área de proteção ambiental é necessário mas da forma que está proposto, é completamente irracional de acordo com alguns pontos.
1º Área contínua – isso significa que apenas pesquisadores e funcionários devidamente designados poderá entrar no parque, sendo proibida a entrada da população em geral.
2º A área do Parque em alguns municípios chega a quase 70% de seus territórios, sendo a grande proporção do parque no muncípio de Sento Sé, uma vez que sua população já foi afetada pela construção da Barragem de Sobradinho.
3º Condições, basta observar o que acontece com outros parques em proporções menores a este onde o governo não dá nenhum subsídio para o funcionamento do parque. Posso citar o Parque Nacional de Palmares. Que está completamente abandonado.
Por isso sou a favor da criação de uma APA (Área de Proteção Ambiental), nesta área a população poderá usufruir de modo controlado e consciente. diferentemente do modelo do parque que está querendo ser implantado.