Os trabalhadores com salários mais altos estarão entre os que sofrerão mais os efeitos da crise mundial no mercado de trabalho, segundo prevê estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), informa a Folha.
A previsão para 2009 ocorre sobretudo em razão de demissões feitas por grandes companhias do setor industrial, que devem se intensificar. Na quinta-feira, a Embraer, por exemplo, anunciou o desligamento de 4.200 funcionários.
O Ipea avalia que os empregados com rendimento acima de dez salários mínimos (R$ 4.650) são os que deverão ter mais dificuldade em encontrar e manter o emprego.
É nessa faixa salarial que devem se concentrar as demissões e a rotatividade de trabalhadores (troca de salários altos por baixos). Também podem encontrar mais dificuldade em se manter no mercado os empregados com salários na faixa de 1,6 a 5 salários mínimos (R$ 744 a R$ 2.325).
Crise deve punir mais os salários elevados
por Carlos Britto // 22 de fevereiro de 2009 às 20:20
É interessante observar a desenvoltura com que representantes do capital transitam por essas escolhas, as ferramentas postas na ordem do dia pela crise. Ninguém hesita em recorrer ao receituário disponível: da demissão em massa, à estatização de bancos; da emissão de moeda em quantidades industriais etc.
“O certo é que há uma desordem em marcha e ela ameaça o poder político do capitalismo. Vale tudo para evitá-lo.
O Estado, suas políticas e fundos públicos oferecem a necessária dose de centralização, escala e capacidade de comando para ocupar o espaço aberto pela finança em decomposição.