O estudante de Direito Uenderson Quécio escreveu um artigo ao Blog manifestando sua preocupação com a crise econômica mundial que tem abalado a estrutura de diversos países. O artigo é um pouco longo, é verdade, mas vale a pena conferir:
O mundo assiste hoje, amedrontado, ao que pode se tornar a maior crise da história do capitalismo. Originado no decorrer de vários anos de medidas irresponsáveis e inconseqüentes de líderes mundiais, o difícil momento da economia gera em todos os povos sentimentos de medo, incerteza e preocupação. O medo é do futuro e a preocupação é com as presentes incertezas que o recente passado nos trouxe. As manchetes se renovam, mas a notícia é sempre a mesma: demissão em massa.
Os norte-americanos, a quem se deve atribuir grande parte da culpa pelo que se vê, têm hoje em seu senado, de maioria opositora ao atual presidente, a face de um estado que simplesmente ignora seu povo. Ora, enquanto milhares de pessoas das classes menos favorecidas viam seus empregos se esvaindo em forma de fumaça da fogueira capitalista, os seus representantes, por puro capricho político, recusavam o projeto bilionário criado pela presidência para tentar socorrer a economia.
O mais absurdo nisso tudo é que a “Bomba-Relógio”, que só explodiu há bem pouco, estava muito bem guardada na própria Casa Branca, em posse do antigo presidente que, curiosamente, é do mesmo partido daqueles que rejeitavam o Pacote. Talvez o “ex-homem mais poderoso do mundo”, preocupado com as “armas de destruição em massa do Iraque”, nem tenha percebido o quão potente era a arma de destruição da economia mundial que estava ali, em suas mãos, só esperando a hora programada para explodir.
É bastante provável que a sua inércia tenha contribuído sobremaneira para que o grande “Boom” acontecesse. E é nesse rumo desGOVERNADO que se segue aquela velha lógica: mais desemprego implica em menos consumo, que implica em menos emprego, que implica em …
O Governo brasileiro, por sua vez, vivendo um momento de histórica aprovação da sociedade, iniciou o mau momento dizendo: “O Brasil é à prova de crise!” Na medida em que o cenário se agravava o discurso também foi ganhando novo tom, agora polvilhado pela expressão: “É um momento de cautela”.
Hoje, porém, não mais sendo possível disfarçar a situação, os termos utilizados pelo presidente passaram a retratar o que de fato acontece: “A crise está aí, e ainda não conhecemos o fundo dela”. Agora sim! Finalmente falamos em bom Português. Foi sombrio sim, mas pelo menos foi sincero.
Se o mundo está globalizado, não há como alguém ser à prova de crise, isso é óbvio. É bem verdade, porém, que a apresentação da crise aos brasileiros do modo como ela se deu, gradativamente, evitou o que podemos chamar de pânico da população, que mais descrente na economia do país, agravaria o quadro. Simultaneamente, o Brasil iniciou sua política de combate à má fase econômica adotando diversas medidas para barrar os efeitos da recessão, ou pelo menos reduzir os danos provocados.
A exemplo disso podemos citar a acertada redução do IPI, que com bastante eficácia aqueceu a economia e evitou milhares de novas demissões. A verdade é que o Brasil tem apresentado um comportamento bastante maduro ao lidar com esse grande problema, ao contrário daquela “super potência” que infantilmente prefere se ater a medíocres disputas partidárias.
Crack da bolsa de Nova Iorque, em 1929, revelou para o mundo o quanto colocamos as cifras a frente dos valores morais. Naquela época, muitas foram as cenas de empresários se jogando das janelas dos grandes edifícios por não suportarem a notícia da falência. Hoje, o que se vê não são homens falidos escolhendo a morte a conviver com a pobreza, e sim nações injetando quantias inimagináveis na economia, buscando reduzir os efeitos da grande crise. É bastante louvável a atitude neste sentido.
O que nos pede reflexão, no entanto, é se esses ditos estados que gastam agora em um movimento contra crise não poderiam ter gasto antes em um movimento contra a pobreza, a fome e a miséria, que atingem milhões de humanos em todo o planeta.
É fácil perceber que o problema não reside na falta de capacidade, mas sim no excesso de descaso. O que parece é que nós nos acostumamos a conviver com uma parcela de miseráveis bem do nosso lado, e que nada precisamos fazer para mudar essa triste realidade.
Uenderson Quécio
Estudante de Direito
Muito legal esse artigo, nós precisamos mesmo de mais pessoas que falem a verdade sem medo dos outros (aqueles grandões).
Parabéns pelo artigo Uenderson
Natália Casimiro (Estudante de Psicologia – UNIVASF)
Ainda bem que publicaram o artigo sobre a crise, pois foi dito a mim que não publicaram um artigo que mandei sobre a divida do Brasil, que tem influência na vida de todo brasileiro, que não publicaram porque a prioridade era assunto local. Não entendi! Acho que o blog poderia valorizar quem quer colaborar enviando temas interessantes, quem se interessar otimo quem não se interessas é só não ler.
Este artigo está mtu bom!!! Parabéns Uenderson!