Curso forma técnicos em manejo da caatinga

por Carlos Britto // 25 de novembro de 2009 às 13:56

CaatingaEntre 30% e 50% da energia primária consumida no Nordeste têm como fonte a madeira retirada da caatinga. A exploração da cobertura vegetal, em especial no semiárido, é fonte de renda para agricultores familiares e de insumos para abastecer importantes segmentos econômicos instalados na região: indústrias, fornos domésticos e comércio (pizzarias, padarias). Muitas vezes ao custo de cortes indiscriminados de espécies madeireiras.

Para o engenheiro agrônomo Ivan André Alvarez, pesquisador da Embrapa Semiárido, a limitação desses cortes manterá a mata nativa como importante meio de desenvolvimento social e econômico na área dependente de chuva. Este é um dos objetivos do curso Capacitação Técnica para Agentes Multiplicadores em Manejo Florestal na Caatinga, que ele coordena até o próximo dia 28 de novembro, no Escritório da Embrapa, no Centro de Convenções de Petrolina (PE).

 Os modelos de desenvolvimento para a região contribuem para agravar os impactos sociais e ambientais, principalmente os que são relacionados com a exploração da madeira da caatinga, com desmatamentos e queimadas para implantação de sistemas agropecuários. A forma inadequada do uso de grandes áreas tem levado à degradação do solo e à perda de biodiversidade, explica o pesquisador.

A idéia de realização de cursos, visando a formação de agentes multiplicadores de conceitos e práticas do manejo florestal para usos múltiplos, surge como um instrumento valioso para aprimoramento da conservação da Caatinga. Esta capacitação promoverá eventos envolvendo temas de Educação Ambiental, Sementes e Mudas Florestais (Silvicultura básica), Integração Lavoura–Pecuária e Floresta (Sistemas Agrosilvopastoris) e Manejo Florestal Sustentado.

O curso dá início à formação de uma rede de agentes multiplicadores em manejo florestal que irá atuar em municípios da Bahia (Abaré, Casa Nova, Chorrochó, Curaçá, Jaguarari, Juazeiro, Pilão Arcado, Remanso, Sento Sé e Sobradinho) e de Pernambuco (Afrânio, Araripina, Arcoverde, Belém do São Francisco, Bodocó, Buíque, Cabrobó, Carnaúba da Penha, Custódia, Dormentes, Exu, Floresta, Granito, Ibimirim, Inajá, Ipubi, Lagoa Grande, Manari, Mirandiba, Moreilândia, Orocó, Ouricuri, Parnamirim, Pedra, Petrolina, Salgueiro, Santa Cruz, Santa Filomena, Santa Maria da Boa Vista, Serrita, Sertânia, Terra Nova, Trindade, Tupanatinga e Venturosa).

O evento é voltado para técnicos, agricultores e ambientalistas que atuam nos municípios pernambucanos e norte da Bahia. Para ambos os públicos, uma programação técnica intensa, com aulas teóricas e idas a campo, começando pela manhã e terminando às 21 horas, com intervalos para as refeições. Os cursos serão ministrados duas vezes na semana: nesta começou na segunda-feira (23) e vai até o dia 28; e na próxima, vai do a 05/12.

Eles vão assistir a palestras sobre Educação Ambiental e Legislação, Produção de mudas e sementes de plantas nativas, Sistema Agrosilvopastoril e Manejo Florestal Sustentável da Caatinga.

O curso Multiplicadores para agentes florestais em manejo da caatinga é coordenado pela Embrapa Semiárido, com apoio do Fundo Nacional do Meio Ambiente. Na sua organização estão envolvidos o Ibama , a Associação de Plantas do Nordeste (APNE), o Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA), Fundação Araripe e Projeto GEF Caatinga.

Curso forma técnicos em manejo da caatinga

  1. JOGADOR DE VÖLEY disse:

    Essa iniciativa da Embrapa e muito correta. A nossa caatinga esta em processo de desertificaçâo

  2. Wilsão disse:

    Em conversa recente com a Professora Eliene, coordenadora de um curso no qual sou estudante e vinda de um congresso sobre meio-ambiente em Brasília, ela nos falou sobre uma constatação hoje comum a todo ser humano habitante deste planeta, com a atenção voltada as mudanças incessantes imprimidas ao nosso planeta e que nos chegam através dos meios de comunicação, hoje bastantes diversificados. Essa nos passou um raciocínio elaborado nesse congresso, digno de quem o emitiu, o raciocínio é o seguinte; “Há um posicionamento mundial entre as nações, favorável a um MEGA desenvolvimento mundial, a um ponto a se ponderar porém, os recursos naturais são limitados e um MEGA desenvolvimento, alicerçando nesse modelo econômico neo-liberal dominante, pode vir a exaurir a vida desse planeta e sem vida o ser humano não sobrevive neste planeta…” . O autor dessa elucubração é um camarada que para mim, dispensa apresentação; Frei Leonardo Boff.

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