O Estado da Bahia registrou 15 feminicídios durante o mês de maio deste ano contra seis cometidos no mesmo período em 2019, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-BA). O número representa um crescimento de 150%. Por isso, a Defensoria Pública da Bahia (DP-BA) reforçou o pedido para que os crimes possam ser registrados na Delegacia Digital da SSP-BA.
“A Defensoria da Bahia é uma das principais portas para atendimento dessas mulheres. Estamos fazendo o atendimento sem a necessidade de registro de ocorrência em prol das mulheres, evitando o risco de contaminação e a revitimização, mas também em prol das profissionais de segurança pública, que tiveram seu quadro reduzido em Salvador. No entanto, a possibilidade de registros de violência doméstica pela Delegacia Digital é necessária e não pode mais ser adiada. O feminicídio é a última etapa do ciclo da violência, mas, antes dele, essa mulher já passou por todos os outros, desde a violência moral e psicológica a violência física”, afirma a defensora pública Lívia Almeida, coordenadora da Especializada de Direitos Humanos da Defensoria. Em março deste ano, a Defensoria havia recomendado que a SSP o uso da Delegacia Digital para os casos de violência doméstica durante a pandemia.
As vítimas de violência doméstica podem procurar atendimento na Defensoria através dos contatos 129 ou 0800 071 3121, e de forma virtual (agendamento online pelo site da Defensoria, pelo aplicativo Defensoria Bahia, apenas para sistemas Android). A página Defensoria Bahia, no Facebook, também disponibiliza atendimento – basta enviar uma mensagem e selecionar a opção 2 para ser direcionado ao Nudem.
Antes da pandemia, o Nudem registrava uma média de 200 atendimentos por mês. Após o início do distanciamento social os números não chegam à mesma marca: foram 30 atendimentos em abril, 44 no mês de maio e, em junho, houve 78 mulheres atendidas. Os dados foram contabilizados até a última sexta-feira (26). Os tipos de atendimentos mais buscados são, nos casos de violência doméstica, medida protetiva e ações de família adicionais para que seja possível romper o ciclo de agressões. (Fonte: Bahia Notícias)