O delegado Antônio Carlos Magalhães Santos, acusado de assédio sexual por seis mulheres, obteve uma licença-prêmio quatro dias após as primeiras denúncias serem feitas à Corregedoria da Polícia Civil da Bahia. O benefício, que entrou em vigor no dia 24 de setembro, garante três meses de afastamento remunerado.
Quatro investigadoras da 28ª Delegacia Territorial, no bairro Nordeste de Amaralina, Salvador, foram as primeiras a denunciar o delegado. Outras duas mulheres também relataram assédio, embora ainda não tenham formalizado queixas na polícia.
Luciene Rodrigues, secretária-geral do Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (Sindpoc), disse que o delegado solicitou exoneração do cargo após saber das denúncias, e conseguiu, no mesmo período, a licença-prêmio. A rápida concessão do benefício causou desconforto, mas o afastamento foi visto como um passo necessário.
Antônio Carlos nega todas as acusações e afirma que as denúncias foram fabricadas pelas investigadoras, que estariam insatisfeitas com a lotação na delegacia, localizada em uma área considerada de alto risco.
O depoimento do delegado estava agendado para o dia 2 de outubro, mas foi remarcado para o dia 3 na Corregedoria da Polícia Civil. Até o momento, ele não confirmou se irá comparecer, aguardando orientação de seus advogados.
PAD
A Polícia Civil ainda não abriu um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra Antônio Carlos, aguardando a conclusão do inquérito policial para definir os próximos passos. Uma das investigadoras deve prestar um novo depoimento na próxima semana, o que pode fortalecer a denúncia com mais detalhes, possivelmente elevando a acusação para importunação sexual, crime que prevê penas mais severas que o assédio. (Com informações do Correio 24 horas e Bahia News)