Delegado Charles Leão afirma ser vítima de perseguição em Juazeiro

por Carlos Britto // 01 de fevereiro de 2010 às 14:39

O titular da 17a Coorpin, delegado Charles Leão, vê a iniciativa dos promotores públicos como “ato de perseguição” pelo fato de estar dando as respostas à população de Juazeiro no combate à violência.

Neste longo artigo enviado ao Blog, Leão faz um grande desabafo. Cita, entre outras coisas, a prisão de um homem conhecido por ‘Feijão’, efetuada por ele e sua equipe, para ratificar a perseguição que vem sofrendo.

O delegado fala também do apoio que tem da família e ressalta sua integridade profissional no exercício do seu trabalho. Confiram na íntegra:

Agradeço, piamente, sei que talvez sem ajuda de meus anjos de guarda, interferindo e sensibilizando as boas pessoas, neutralizando outras, tudo seria mais difícil.

Afirmo que são forças malévolas, as quais atuam na região, veja o ex-prefeito de sobradinho, oriundo de classe trabalhadora, humilde e que refém, encontra-se onde se encontra, e como se encontra.

Sento Sé sentiu-se expropriada, a fazenda pública, e há anos passados tais fatos, tudo sempre se repete na região.

Outras Fazendas Públicas, pessoas morreram de infarto, tão acintadas e pressionadas, extorquidas por oito, 10 homens em suas portas.

Há homens presos por ousarem enfrentar e afirmo porque confirmo. Isto hoje e sei onde.

O que disse apenas foi um grito, de socorro, pois pouco importa o que carrego no bolso, ou seja, meu emprego, ou mesmo minha liberdade, mas minha família, meus pais, é tudo, carrego seus sobrenomes e os honro, pois deixarei como herança, acima de tudo, nesta terra.

Quanto à parte metafísica, esta semana lendo um livro sobre a vida de Jesus, lembro de uma passagem: Pedro, preocupado com a tempestade e com a possibilidade de o barco afundar acordou Jesus, que dormia descansando após pregar. Ele acordou e após ouvir Pedro, respondeu HOMEM DE POUCA FÉ, E DISSE: VENTO PARE. Todos os outros se indagaram, que era esse que fazia o vento parar e o mar acalma.

Nele confio, digo, eu creio, mas Deus me ajude na minha descrença, é verdade, pois a dúvida sempre surge. Lembro Davi ao vestir a armadura e se sentir desconfortável e a retirou e foi ao encontro do gigante GOLIAS, este afirmou e disse ao avistar o então pequeno ainda não Rei Davi: é este que vem com paus ao meu encontro? e gritou correndo ao seu encontro e Davi, com sua funda, escolheu uma pedra e arremessou na cabeça de Golias e o matou, trazendo glória ao povo escolhido. Então peço que Deus me ajude na minha descrença, porque eu creio nele, sei que as forças antagônicas são fortes, mas deixo nas mãos de Deus. E quando saio nas ruas tento parecer tão forte quanto eu sei que não sou, porque tem gente que projeta em mim virtudes que talvez eu não tenha. Obrigado. Estou em deslocamento e assim que puder, mas logo que possível, entrarei em contato.

Outras passagens – Senhor sei que não digno mas diga uma palavra. Eu vim para os pecadores. Assim clamo.

Salmo 82 – Deus julga as autoridades, Canto de Davi que roga ao Senhor punir os deuses.

PS – ah se seu eu tivesse a sabedoria de Salomão, filho de Davi e neto de Jesse, a força de Sansão e a paciência de Jó, seria tudo mais fácil, mas eu sou apenas o que sou, talvez um sonhador.

Assim caminha a humanidade – Odisseia no Espaço – acrescento, só falta uma bussola.

Você recebeu a minha entrevista, as fotografias de FEIJÃO, a filmagem dele e outros documentos. A lesão que a seta do mouse esconde, tão grave que é, assim posso disponibilizar?

Tenho informações, documentos, do advogado que denunciou PANTOJA e “equivocadamente” me incluiu, responde por extorsão, roubo, atentado violento ao pudor, expulsão da FAB por ausência de caráter para tanto, denúncia dele contra uma promotora por ter relação com um capitão, ou seja, mais que equivocado, tresloucado. Já foi preso em flagrante também por roubo.

É bíblico: O MAL É O QUE SAI DA BOCA. E gravata hoje em dia está tão popular e se vende em tanto lugar, em mercados e banheiros públicos.

Tenho outros documentos que podem conter informações dignas do Jornal Nacional, sem demérito para os outros canais.

Implantei um projeto na cadeia, inédito, e foi o alfabetizador, então preso, agraciado com reconhecimento com solenidade presente o LULA.

Estou levando à Polícia Civil Comunitária aos bairros e escolas, atuando junto a comunitários, que estranhamente me enxergam como um próximo, com esporte, palestras, cães farejadores, junto ao jovem pobre. Lema: ele será o que ele quiser, seu limite está dentro dele e ele autodeterminará sua fronteira social. DIREITOS HUMANOS também são educação, saneamento, habitação, salário digno, creche, etc. Que POLÍCIA NÃO É FEITOR DE ESCRAVOS. E outros tópicos – NÃO ESTOU FILIADO A PARTIDO POLÍTICO.

Fui elogiado até pelo MST, por seu coordenador em Casa Nova, ao Ouvidor Agrário Nacional, DES. Gersino, o qual disse que era a primeira vez que ouviu isso, em 07 anos de cargo, MST elogiar Polícia.

Tenho elogio de todo os juízes com que trabalhei.

Meu irmão advogado me acha um idealista e diz que enquanto eu respondo a ações, ele ganha dinheiro advogando, quer que eu vá advogar com ele, meu outro irmão anestesista quer pagar meu salário para eu sair da Polícia e ficar me sustentado por ele até passar em outro concurso. Minha dona de casa abandonou a advocacia e depois da cultura francesa encontra-se sempre indo à Europa, meus pais vivem bem, viajam bastante, e quando os vejo, apenas invejo a inocência de quem pouco conhece a natureza humana.

Pago meu aluguel quase em dia. Outra coisa, se atraso é por esquecimento.

Não tenho casa própria e nem carro particular, uso o de Patrícia, o da Polícia, durante o trabalho.

Já coloquei meu cargo à disposição desde o carnaval do ano passado, desde então outras cinco vezes, a última por escrita, pois a gente só perde o que é nosso.

Assim, acredito, que é necessário conversarmos.

Atenciosamente,

Charles Leão