O estado de Pernambuco tem passado por um momento crítico com relação à dengue. De acordo com os últimos dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), desde o início de 2024, já foram registrados 15.174 casos prováveis da doença. O número representa um aumento de 542% em comparação com o mesmo período em 2023. Até agora, 976 casos foram confirmados, sendo 12 considerados graves.
A situação é ainda mais preocupante quando considerado que o país está entrando na 16ª semana do ano, período que, historicamente, concentra o maior número de ocorrências de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como dengue, zika e chikungunya. As informações são do pesquisador Wanderson Oliveira, ex-chefe da Secretaria Nacional de Vigilância em Saúde (SVS) e epidemiologista do Hospital das Forças Armadas. Segundo ele, “o que estamos vendo hoje é um retrato de algumas semanas atrás, devido ao tempo que leva entre a detecção do caso e a inclusão dessas informações no banco de dados“.
Oliveira alerta que, apesar de alguns estados apresentarem uma tendência de queda nos casos de dengue, é prematuro concluir que há uma diminuição na incidência dessas doenças. Ele ressalta que, passado ou não o pico, não é hora de baixar a guarda contra a doença.
Além disso, o especialista destaca que, embora os casos de chikungunya e zika sejam menos frequentes que os de dengue, é provável que haja muitos casos dessas doenças embutidos no volume de dengue que estão sendo divulgados. Isso se deve à dificuldade do atendimento primário em diferenciar os três vírus e notificar as infecções separadamente. Portanto, é fundamental que a população continue atenta e se protegendo contra o mosquito da dengue. Além disso, nos municípios onde a vacinação está disponível, é muito importante que os pais levem as crianças serem imunizadas. (Com informações do O Globo e Diário/PE)