O deputado federal Zé Haroldo Cathedral (PSD-RR) apresentou à Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, da Câmara dos Deputados, um requerimento de moção de repúdio contra a vereadora de Arcoverde (PE), Zirleide Monteiro (PTB).

Como este Blog mostrou, Zirleide deu declarações preconceituosas envolvendo uma criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA). “O castigo de Deus ele dá aqui, em vida. Quando ela veio com um filho deficiente, é porque ela tinha alguma conta a pagar com aquele lá de cima. Ela já veio pra sofrer. Sinto muito, sinto muitíssimo”, afirmou em plenário, na segunda-feira (30/10). A vereadora referia-se a uma adversária política, que é mãe de uma criança de 4 anos de idade que tem autismo.

Segundo o Portal Metrópoles, no documento protocolado na Câmara dos Deputados, ontem (31/10), Zé Haroldo afirmou que a fala da vereadora é “extremamente capacitista” e deve ser “imediatamente repudiada”. “É vergonhoso aceitar esse tipo de preconceito em um local que deveria lutar em defesa aos direitos das pessoas com deficiência e de seus familiares”, enfatizou o parlamentar.

Posicionamentos

Depois da fala da vereadora, o presidente da Câmara, Wevertton Siqueira, o ‘Siqueirinha’, repudiou e lamentou a atitude da parlamentar. “Eu acredito que a senhora foi muito infeliz. Eu quero pedir desculpa em nome da vereadora Zirleide. Eu, como presidente, eu quero pedir desculpa em nome dela a todas as mães que têm um filho deficiente aqui em Arcoverde, em Pernambuco, e em todo o Brasil”, disse Siqueirinha.

Em pronunciamento oficial, através de nota, a Câmara de Arcoverde disse que o caso está sendo analisado em conjunto com a Assessoria Jurídica da Casa Legislativa. “O Poder Legislativo de Arcoverde reafirma o seu compromisso com os mais altos valores da ética e da civilidade, na construção de uma sociedade mais justa e harmoniosa, para assegurar a proteção e o respeito a todas as pessoas”, reforçou.

Como informado mais cedo, já houve, inclusive, pedido de cassação da vereadora.

Zirleide Monteiro também se manifestou através de uma nota oficial, na qual qual pede desculpas e justifica que foi “movida por agressões, mentiras e ofensas” desferidas contra ela, e “motivadas por diferenças políticas e uma política de baixo nível”. A vereadora reconheceu que errou e disse: “Errei e tenho a humildade de reconhecer e pedir desculpas e perdão a Deus e a todos”.