Destino de Bolsonaro, Petrolina ‘planta’ tecnologia e colhe manga e uva

por Carlos Britto // 27 de maio de 2019 às 07:40

(Foto: Reprodução/arquivo)

Petrolina recebeu, no último final de semana, jornalistas de diversos veículos de todo o país que acompanharam a visita do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), que veio a maior cidade do Sertão pernambucano na sexta-feira (24). No domingo (26), o UOL, um dos maiores portais de notícias do país, trouxe uma reportagem sobre a fruticultura do Vale do São Francisco, intitulada “Destino de Bolsonaro, Petrolina ‘planta’ tecnologia e colhe manga e uva“.

A matéria cita Petrolina e Juazeiro como referência na produção e exportação de uva e manga por meio da tecnologia aplicada à fruticultura irrigada.

No ano passado, somente as fazendas do vale foram responsáveis por 99,04% das 39,8 mil toneladas de uvas de mesa – de consumo in natura, não utilizadas para fabricação de vinho – e por 86,83% das 170,4 mil toneladas de mangas produzidas no Brasil, segundo a Valexport, associação de produtores da região. A Valexport estima que os 15 mil hectares de uva geram 60 mil empregos diretos, enquanto os 35 mil hectares de manga, 70 mil. A região também conta com plantios de coco, goiaba, banana, acerola, pera e caqui, entre outros. Não à toa, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) veio a Petrolina na sexta-feira, em sua primeira visita ao Nordeste à frente do Planalto.

Na oportunidade, a Caixa Econômica Federal anunciou uma nova linha de crédito aos produtores de uva e manga da região com taxas menores perante análise técnica de projeto.

Vantagem competitiva

A pesquisadora e responsável pelo portfólio de frutas da Embrapa Semiárido, engenheira agrônoma Maria Auxiliadora Coelho de Lima, explica que a presença do rio combinada ao clima da região foram fundamentais para obter vantagem competitiva na fruticultura. “O principal diferencial foi a fonte da água do rio para a irrigação. A gente também tem umidade relativa baixa, que reduz problemas de doenças ao longo do ciclo das culturas, e temperaturas altas que estimulam o desenvolvimento da planta, um crescimento mais rápido. Com isso você pode produzir mais cedo e ter ciclos mais rápidos do que em outras regiões. O investimento é pago mais cedo“, diz.

Mas só isso não é suficiente, porque o custo de irrigação é alto. Nessa lógica, entra a história de poder produzir o ano inteiro junto à tecnologia que permitisse isso, como reguladores de crescimento para induzir a floração, inclusive de espécies que não são daqui“, acrescenta. Atualmente, na região, o ciclo da uva tem levado de 100 a 120 dias. O da manga, de 120 a 150 dias.

Grande parte do dinheiro dos empréstimos concedidos aos fazendeiros do vale do São Francisco em Petrolina e Juazeiro é originária do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste. Bolsonaro anunciou essa semana mais R$ 4 bilhões para o fundo, que totalizará em caixa cerca de R$ 27,7 bilhões para 2019. Na prática, o valor se converte em crédito do Banco do Nordeste para os setores produtivo, agropecuário, industrial e de turismo, entre outros.

Embrapa no apoio às necessidades tecnológicas

As pesquisas da Embrapa incluem indutores de crescimento e manejo de floração para que os produtores consigam ter safras durante todo o ano. Por ser de clima temperado, a uva tem um período de dormência que consegue ser driblado com a tecnologia criada pela unidade de Petrolina. (Fonte: UOL)

Destino de Bolsonaro, Petrolina ‘planta’ tecnologia e colhe manga e uva

  1. OTAVIO disse:

    O quão bom e quão suave seria combinar o desenvolvimento da fruticultura irrigada com o desenvolvimento do homem da região, pois o que temos visto ultimamente, é a expulsão do homem do campo das suas terras, que as negociam por preços irrisórios, para a implantação de projetos. O homem do campo ao negociar as suas terras, recebem uns míseros reais, vem para a cidade, e, esses míseros reais logam acabam. Resultado? ficam sem reais e sem terras. Mesmo miseravelmente, sem água, o homem do campo, consegue manter sua família com uma propriedade de 100 ha. Então, os governos deveriam primeiro pensar em manter o homem do campo no campo, dando-lhes condições de produzir, água é o que não falta, é só saber aproveitá-las, dando-lhes o destino certo. A água vem através das chuvas, caem nos córregos e riachos, parte se infiltra nos solos e a maior parte caem nos rios e depois no mar. Então, é só aproveitar essas águas. O projeto Bebedouro foi concebido pensando na melhoria do homem do campo. Os projetos seguintes já foram inserindo pessoas da cidade e depois de outras regiões, e, assim o homem do campo foi sendo expulso do seu torrão natal e isso não tem preço. Os projetos públicos de irrigação devem ser repensados. Mas, uma das soluções mais eficazes para o homem dos sertões nordestinos é mantê-los no seu torrão natal, construir-se Barragens Subterrâneas + Poços Amazonas + Pequenos Bombeamentos para abastecerem Pequenas irrigações. Água suficiente tem.

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