Amparados nas novas regras eleitorais criadas por eles próprios, os partidos políticos indicam que vão repetir nas eleições municipais de outubro o mesmo modelo usado em 2018 que abarrota de dinheiro público o fundo eleitoral de campanha. Na prática, os R$ 2,035 bilhões do fundão, sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro na sexta-feira (17), serão distribuídos com base em dois critérios.
O primeiro é a vontade das executivas das 33 legendas. O grupo restrito de dirigentes partidários tem poder quase absoluto, pela lei, de definir quem dos possivelmente quase 500 mil candidatos receberá o dinheiro público e em qual quantidade.
Já o segundo é a exigência, também legal, de direcionar ao menos 30% da verba (R$ 610 milhões) para candidatas. Embora sejam 51% da população, as mulheres ocupam só 14% das cadeiras do Congresso. A regra foi criada para estimular a participação feminina na política, porém ela está no centro do escândalo de desvio de recursos por meio das candidaturas ‘laranja’, criadas apenas para desviar o dinheiro para outros candidatos.
Escolhido em 2019 como ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno foi um dos que esteve no olho desse escândalo ao ser demitido em meio à repercussão da revelação do laranjal do PLS – ex-partido do presidente da República. O então ministro entrou em conflito público de versões com Bolsonaro e seu filho Carlos sobre a crise que o caso teria gerado no governo. Bebianno dizia que não teve contato com as candidatas e apenas repassou formalmente os recursos aos estados.
Mesmo com todo o imbróglio, as siglas têm afirmado apenas que ainda irão discutir os critérios, e isso quando respondem. Em geral, é consenso no Congresso que a maioria deve seguir o padrão de 2018, de priorizar as candidaturas de postulantes à reeleição e daqueles mais alinhados aos congressistas, governadores ou dirigentes das siglas. (Fonte: Folhapress)
Eu não voto em quem usa o fundão, simples assim!
Para variar. Colocaram no “fundão” da população.