Disputa por água pode levar a colapso na fruticultura irrigada do Vale

por Carlos Britto // 26 de outubro de 2015 às 07:04

Foto: Reprodução

trabalhadora na fruticulturaUma longa matéria publicada pelo Portal NE-10, no último final de semana, destacou mais uma vez a fruticultura irrigada no Vale do São Francisco. Deveria ser um ponto positivo para a região, uma vez que o setor vive um bom momento devido à alta do dólar. Mas não é.

Infelizmente o principal foco do assunto é a ameaça de faltar água no maior perímetro irrigado do Vale, o Senador Nilo Coelho. E tudo por uma disputa pelo bem mais precioso do planeta.

 A Cemig – empresa mineira que administra a Barragem de Três Marias (MG) – faz questão de reter 100 metros cúbicos por segundo. Ao “segurar” este volume no Sudeste, a Cemig impede que a Chesf o receba no Lago de Sobradinho (BA), no São Francisco. Por conta disso, não só o agronegócio da região é colocado em risco, como as populações de Afrânio e Dormentes (ambas no Sertão do São Francisco), que dependem da água do perímetro Senador Nilo Coelho para beber.

Se o atual nível do Lago de Sobradinho, que está atualmente em 5,73% de sua capacidade, não receber chuvas suficientes para reverter esse cenário, ou a Cemig não ceder, é muito provável que o perímetro de Petrolina pare as atividades na primeira semana de dezembro. Os tão alardeados flutuantes, que estão sendo instalados no leito do Velho Chico, só deverão evitar questões como essas a partir do ano que vem. Resumo desta ópera: se não houver bom senso ou mobilização política (ou as duas coisas) para evitar o pior, todo mundo verá o que ninguém esperar ver. (foto/reprodução)

Disputa por água pode levar a colapso na fruticultura irrigada do Vale

  1. Luis Fernando disse:

    Se reduzem a vazão em Sobradinho, legal. Se reduzem em Três Marias é choro e mais choro. Com certeza a Cemig só está retendo esta água porque lá também está faltando. O mundo não se resume à fruticultura do Vale do São Francisco.

  2. Pedro Henrique disse:

    Três Marias está com 16%, Sobradinho com apenas 5%, nada mais justo que a CEMIG auxilie com mais 100 ou 200m3/s aquela que está próximo ao colapso. Agora, a nossa também deveria reduzir sua vazão para 700 ou até 600m3/s para tentar evitar de entrar no volume morto. Mas a saída mesmo é inverter a prioridade da produção de energia para priorizar a irrigação. A energia elétrica pode vir de outras regiões ou ser substituída pela solar ou eólica. A fruticultura não tem outra opção, depende de água.

  3. Eu disse:

    Será que os cacique da fruticultura ainda vão se irritar e xingar a chuva? como já vim alguns fazerem.

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