O curta-metragem ‘A Torre de Itapetim’ (2025), novo documentário do diretor pernambucano Jefferson Sousa, terá sua estreia internacional no 5º Pápa International Historical Film Festival, na Hungria. O evento, que acontece em abril na cidade de Pápa, reúne produções que abordam temáticas históricas de relevância cultural e social, destacando narrativas sobre o passado e sua influência no presente.
Com roteiro, direção, narração, edição e produção executiva assinadas por Jefferson Sousa, o filme retrata a história da torre da Igreja de São Pedro, localizada em Itapetim (PE), no Sertão do Pajeú. Construída a partir dos anos 1940 por moradores da cidade, com recursos limitados — como caliça e barro — e sem apoio técnico especializado, a torre de 49 metros tornou-se símbolo de fé, memória e pertencimento para várias gerações da população local, sendo reverenciada até mesmo por aqueles que não professam a fé católica.
Além de resgatar essa trajetória, o documentário reflete sobre a arquitetura como expressão cultural e ferramenta de preservação da identidade coletiva em cenários marcados pela escassez material, mas pela riqueza de vínculos afetivos. A história da torre é narrada por moradores da cidade, como o poeta popular Antônio Machado e o Padre Jorge Dias, que compartilham memórias sobre a resistência e devoção que sustentam a estrutura até hoje.
Com trilha sonora original de Lish Grooves, direção de fotografia e coprodução de José Robernito, A Torre de Itapetim foi realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo (2023), por meio do Edital Joãozinho Fotógrafo, promovido pela Prefeitura de Itapetim. Após sua participação em festivais nacionais e internacionais, o documentário será disponibilizado gratuitamente no canal oficial do diretor no YouTube, garantindo acesso aberto ao público. Jefferson Sousa é jornalista, documentarista e pesquisador da cultura popular nordestina. Em sua trajetória, já dirigiu cinco documentários, uma animação e um jogo educativo, abordando temas como poetas analfabetos, tradições orais sertanejas e experiências socioculturais da periferia do Recife. Com o atual trabalho, ele reafirma seu compromisso com o registro sensível e acessível das memórias do povo nordestino.
