Há pouco mais de duas semanas à frente da Prefeitura de Cabrobó (PE), no sertão do São Francisco, Dr.Auricélio Torres (PSB) já deu mostras de que vai focar forças em um sonho antigo da cidade: o projeto de irrigação Maria Preta.

Segundo o gestor, os investimentos federais nesse setor concentram-se na região, basicamente em Petrolina e Juazeiro. E apesar de reconhecer a importância das duas cidades no Vale do São Francisco, a irrigação não pode ser prioridade apenas das duas.

A preocupação de Dr.Auricélio se justifica: depois que as obras da transposição do rio São Francisco forem concluídas, entre o final de 2013 e metade de 2014, a cidade vai perder empregos, o que deve enfraquecer o comércio local e – consequentemente – a receita de Cabrobó. “Temos até uma entrada de ISS, mas de nada adiantará porque não está ficando nada de estruturador para nossa cidade, quando terminarem as obras da transposição, isso é pouco”, alerta.

O socialista afirma que somente com a implantação do projeto Maria Preta a economia local poderá se manter na pujança atual. Ele afirma que o ex-prefeito Eudes Caldas já tratou do assunto por várias vezes com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, mas a obra, por enquanto, ainda está apenas no papel. Agora, caberá a ele retomar essa discussão.

Dr.Auricélio explica que Cabrobó é o cedente das águas do principal eixo da transposição, para o Rio Grande do Norte, além de ter sido o berço da irrigação na região porque as primeiras rotas d’água foram construídas por lá. Além disso, o escritório da antiga Suvale (que antecedeu a Codevasf) ficava na cidade, e apesar disso tudo, Cabrobó não tem “um só hectare” de terra irrigado. Situação que, segundo ele, só mudará com o Maria Preta – cuja localidade foi apontada por estudos com as terras ideais para implantar o projeto.