Após dizer que não soube do almoço entre o PT e o PTB, ocorrido na semana passada, o governador Eduardo Campos (PSB), cotado à Presidência da República, minimizou ontem (20) o simbolismo da conversa entre os dois partidos, que integram a sua aliança. “Todos esses partidos fazem parte da Frente Popular, estão próximos. Qual o problema de eles conversarem? Problema nenhum. Problema seria se eles não conversassem”, contemporizou.
O senador Humberto Costa (PT), ao lado do deputado federal João Paulo (PT), se encontrou com o senador Armando Monteiro (PTB) no fim da semana passada, no restaurante Leite, Centro do Recife, tradicional local para encontros políticos. Embora os parlamentares tenham negado qualquer conversa em relação à eleição de 2014, o encontro às claras pode ser interpretado como um sinal de que tanto o PT quanto o PTB estão se movimentando independente da decisão de Eduardo.
Armando quer disputar o governo do estado em 2014 e, caso o PSB decida por enfrentar a presidente Dilma Rousseff, o PT precisaria de um palanque estadual. Uma das opções é uma chapa com PTB na cabeça e PT na vice.
Questionado sobre as deliberações da reunião de anteontem com as lideranças do PSB dos seis maiores colégios eleitorais, Eduardo – presidente nacional do PSB –, afastou conversas com foco nos palanques majoritários estaduais, mas admitiu que existem “situações preocupantes”. “A gente tem situações boas, medianas e preocupantes. Situação boa na chapa de São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná. Não estão no mesmo padrão na Bahia e no Rio. Essas duas que precisam de maior reforço”, disse, em referência às chapas proporcionais.
Viés
Na ocasião, Eduardo voltou a criticar a “antecipação eleitoral”, mas disse respeitar o tempo dos outros partidos. “Há um processo em curso e precisa ser cuidado sem o viés eleitoral. Antecipar esse debate eleitoral sempre teve nossa contestação. É natural que outros partidos façam. Cada partido tem seu ‘time’, a gente tem que respeitar, da mesma forma que a gente gosta que respeite o do PSB, a gente tem que respeitar o de outros”, ponderou o governador. (Fonte: JC Online)