Em artigo enviado ao Blog, o advogado Sebastião Leite (foto) faz uma síntese sobre o sistema político brasileiro. Segundo ele, o nosso sistema político “é um convite ao fracasso pessoal e coletivo, onde a afirmação de que ‘quando o bem não se apresenta, o mal se estabelece’ se constitui em discurso frágil. Sebastião ainda ressalta que “com o atual sistema político o bem não vencerá o mal”. Acompanhe abaixo o artigo completo.

Por um novo sistema político. Ou, pelo bem sobre o mal!

Na tentativa de tentar não me ver alienado e cego, ouso escrever sobre o meu sentimento político de agora. De pronto, convido a todos a se desapaixonarem por tudo aquilo que não for simbólico – Deus e a família, sugiro.

Viver em um Estado Democrático de Direito onde Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente exige uma boa dose de racionalidade. Para tanto, as conveniências pessoais, partidárias e corporativas de toda espécie, devem ser postas em um nível inferior.

Convivo com a política do berço. Desde cedo acompanho os debates e as reflexões sobre os temas que permeiam a vida pública. Bisneto, Neto e sobrinho de honrados e abnegados homens públicos, a política sempre esteve na ordem do dia em quase todas as refeições e encontros familiares, vivenciada não só no debate de ideias, mas, também, na prática. Isso me faz sentir habilitado para afirmar de forma categórica e segura, que o sistema político brasileiro é um convite ao fracasso pessoal e coletivo, onde a afirmação de que “quando o bem não se apresenta, o mal se estabelece” se constitui em discurso frágil. Com o atual sistema político o bem não vencerá o mal. Por exemplo: não se elege sem muito dinheiro. Como o financiador exige seu dinheiro de volta com muitos juros e correções, é o mal que financia. Aparentemente, esse é o início do problema, pois, quando o bem vence, ele se corrompe para pagar o financiador.

Como regra, todos os partidos e políticos expressam prioridade para as causas sociais como saúde, educação e segurança. Pergunto: Passados tantos anos de independência, república e democracia, quais destes temas são qualificados no Brasil? Alguma (ou muita) coisa está errada, meu povo. Só não podemos é ficar parados! Alheios!

Não quero e não vou proteger quem faz estelionato eleitoral; entretanto, não desejo o impedimento de um mal para o acesso de um mal pior. Esforço-me e peço ajuda para refletir e encontrar a origem do problema. Como encontrar o rumo? Sim, o rumo! Só quero o início de uma rota segura para recomeçarmos uma nova viagem ao progresso, ao desenvolvimento individual e coletivo. Que nos dê a tranquilidade de eleger alguém e, principalmente, um conjunto de propostas a serem colocadas em prática.

Por enquanto, desprovido da bola de cristal, sigo descrente do modelo político e dos Ps que se seguem. Só não aceito a alienação e a embriaguez gerada pelo meu conforto temporário. Como a Lei Maior diz que o poder emana do povo, não tenho dúvida, a solução está em nossas mãos. O desafio está em instituir um sistema que permita a participação firme, clara e isenta de todos e de cada um.

Espero que os bons políticos com mandato permitam e trabalhem por este verdadeiro avanço do Brasil: uma política mais isenta de vícios e corrupções; que o coletivo vença o individual; que a verdade vença a mentira; que o bem vença o mal.

Sebastião Leite – Advogado