O presidente do Sindilojas em Petrolina, Joaquim de Castro (foto), enviou um artigo ao Blog no qual fala sobre as manifestações populares que vêm tomando conta das ruas do país. No texto, ele destaca as principais necessidades da população e diz que as autoridades estão começando a perceber a necessidade de dar vez e voz ao povo.
A grande expectativa, para Joaquim, é de que os políticos condenados por envolvimento no esquema do Mensalão sejam punidos, conforme determinou a Justiça. A impunidade aos condenados seria um incentivo à corrupção e um claro desrespeito com o povo.
Vejam:
O mês de junho foi histórico para Petrolina e para todo Brasil. As manifestações que aconteceram de norte a sul do País encheram de esperança o nosso povo, pois elas demonstraram claramente que o Brasil despertou com vontade de dar um basta nos desmandos que vêm ocorrendo em todas as esferas de poder.
A primeira manifestação do movimento ‘O Vale Acordou’ foi muito bonita e tranquila. Alguns podem até querer argumentar que eram só jovens. E se fossem? O futuro é deles! No entanto, havia muitas famílias, senhoras, senhores. Observo que a população, de forma madura e consciente, começa a mostrar para as autoridades quem realmente detém o Poder.
Quando falo isto, estou me referindo às manifestações em geral, que estão acontecendo em todo país. Os detentores de mandatos precisam olhar atentamente para os recados que as ruas estão produzindo. Fora a questão do Passe Livre, por enquanto, os protestos e manifestações estão um tanto quanto difusos. Porém, logo as prioridades serão estabelecidas, umas mais imediatas, outras mais a médio e longo prazo. Aí sim, as autoridades estarão frente a frente com a realidade e terão que enfrentar para valer o grito das ruas.
As ruas estão realçando todas as aspirações e sonhos da sociedade, negligenciados pelos governantes ao longo dos anos. Por isso o povo explodiu, cansou, não suporta mais governantes teocráticos, que se julgam acima do bem e do mal, que decidem sem pensar no povo. A população não quer mais ver colarinhos brancos condenados debochando do povo e da justiça, políticos determinando seus próprios salários – dobrados às vezes – da noite para o dia.
Não suportamos mais ver idosos e crianças morrerem nas filas dos hospitais e virarem notícias na imprensa como uma coisa banal; não queremos mais um sistema educacional incapaz de resistir a uma comparação com o sistema de ensino de países pequenos e mais pobres de nosso continente.
A população não deseja mais ter seu direito de ir e vir interrompido por uma violência sem controle, amparada na impunidade; não suporta ver os governantes cobrarem mais e mais impostos e não ter retorno em serviços públicos de qualidade; não quer mais a legislação eleitoral que torna os executivos reféns de parlamentares inescrupulosos.
Enfim, o povo cansou e pede saúde e educação de qualidade, respeito às leis, ética, combate à corrupção, justiça social, segurança, controle da inflação, seriedade no trato da coisa pública, combate ao desperdício, entre outros. Por tudo isso, o povo tem mesmo é que ir para as ruas protestar, reclamar, gritar. Só assim aqueles que ‘perderam’ a audição, ao assumirem seus cargos, voltarão a ouvir.
E hoje, como um bom começo, se fosse fazer uma escolha para o início do combate à corrupção, elegeria de imediato a conclusão do processo dos mensaleiros, que foram julgados, condenados, mas continuam soltos porque não houve a execução das penas, num claro desrespeito à sociedade, desmoralização da Justiça e incentivo aos desmandos. O ministro Joaquim Barbosa até que é bem intencionado, mas infelizmente é uma única voz. Talvez agora, com o apoio do povo, as coisas aconteçam.
E como dizia um cartaz na manifestação em Petrolina: “Está faltando ordem nesse progresso”. Realmente.
Joaquim de Castro Filho/ Presidente do Sindilojas Petrolina
Com a experiência e vivência que tenho (como militante de esquerda ainda hoje marcado por oportunistas da direita que se aproveitam do atual governo, em todos os níveis), me envergonho do Governo Federal e dos seus apaniguados.
Eles não sabem como aplicar o remédio certo para combater todos os males que inojam nosso povo, em particular estudantada e trabalhadores que não aguentam mais convier com tanta irresponsabilidade de determinados gestores públicos que se passam por donos do poder.
Vejam, por exemplo, quanto foi gasto com “festas” nada populares e nada culturais no período junino, em detrimento de um povo sofrido que não tem saúde, educação e tudo mais com o mínimo de qualidade. Como isso pode acontecer em municípios onde ainda existe um tal de “pau de arara” como meio de transporte escolar e o nepotismo é a forma “branda’ de elevar o ganho de muitos gestores , seus familiares e puxa-sacos.
Confesso não imaginar – nem de longe – como será a implementação desse tal de Plebiscito, para definir uma tal “reforma” política. O povo precisa de pão, saúde, educação, vergonha na cara e ladrões na cadeia.
E o custo: R$500 milhões.. Isso cheira a IRRESPONSABILIDADE civil e administrativa em detrimento dos pobres e miseráveis do Nordeste brasileiro.
Cadê os vereadores, tidos e vistos como “legitmos defensores do povo”, que não saem ás ruas ?!
Muito lúcida a análise do sr. Joaquim. Diferente de um artigo de um certo político, detentor de cargo executivo, enfrenta as questões que permeiam o momento que ferve A vida politica e social do Brasil, sem demagocia, com realismo.
Diria mais, sr. Joaquim, os políticos instalados não estão somente surdos para as questões importantes, estão, também CEGOS, apesar de……..
Joaquim de Castro é um homem sério e seus comentários precisam ser muito bem observados.
A solução do Brasil é simples, é só passar a patrol e recomeçar do zero.
Joaquim.Parabens artigo muito lucido.