Neste artigo enviado ao Blog, o secretário de Educação de Petrolina, Heitor Leite, faz sérias ressalvas ao Pacto Federativo no que concerne às responsabilidades das três esferas de poder quanto ao setor, o que atualmente vem prejudicando os municípios.
Confiram:
Pacto Federativo e a Educação
O Pacto Federativo estabelece direitos e deveres da união e demais entes federados. Porém, equivocadamente, o estado federal centraliza poder e recursos, cabendo, muitas vezes, aos estados e municípios executar ações sem o devido aporte financeiro. O mesmo acontece por parte dos governos estaduais em relação aos municipais.
Nesse cenário, a Educação vem pagando o alto preço de um pacto que determina responsabilidades e competências dos entes federados, mas nem sempre garante as condições necessárias para a implementação de ações, nem sempre deixa claro onde começa e onde termina a responsabilidade de estados e municípios. Servem-se disso alguns estados para eximirem-se da responsabilidade social. Uma prova disso é o que está posto na LDB, nos artigos 10 e 11 e o que de fato está acontecendo.
Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de:
VI – assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino médio a todos que o demandarem …
Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de:
V – oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental…
Se de um lado o município abraça a abrangência da Educação Infantil, tendo que criar caminhos para atender às crianças a partir dos 4 anos de idade (a partir de 2016), além de ofertar, com prioridade, o ensino fundamental; de outro o Estado se limita, quase que exclusivamente, ao atendimento do Ensino Médio, focando cada vez mais suas metas nessa modalidade de ensino. Cabe, então, a pergunta: E o Ensino Fundamental? Compete apenas ao município ofertá-lo?
A LDB (Lei de Diretrizes e Bases) reparte responsabilidades no que se refere à oferta do Ensino Fundamental, cabendo a competência tanto ao Estado quanto ao Município. É nesse viés que o ensino fundamental fica, muitas vezes, “à deriva”.
Em Pernambuco, há alguns anos, o Estado começou a passar todas as turmas do Ensino Fundamental (anos iniciais) para o município, mesmo sem as devidas condições de infraestrutura. O Governo do Estado principiava, assim, os passos em direção ao seu objetivo: ofertar com prioridade o Ensino Médio. Quanto aos anos finais do Ensino Fundamental, o Município de Petrolina responde por aproximadamente 75% desse atendimento, a rede privada por 23% e a Estadual por 1,5%, caracterizando uma desproporção que compromete a divisão de responsabilidades com o Estado.
Mas afinal, quem é que paga a conta?
Ofertar educação pública de qualidade é uma responsabilidade social e exige a coparticipação de todos, principalmente, união, estado e município; caso contrário, a população continuará pagando o alto preço do descaso. Urge, portanto, uma revisão e um novo olhar sobre o propagado (novo) Pacto Federativo a fim de estabelecer um equilíbrio de forças e poderes, cuja inexistência prejudica a administração municipal.
Heitor Bezerra Leite/Secretário de Educação-Petrolina (PE)/(Foto: Ascom PMP)
O senhor Heitor Leite sempre que sempre foi respeitado na sua carreira militar hoje mancha a sua história defendendo esse governo incompetente. Porque ele não comenta qual o seu verdadeiro interesse na administração pública? Porque ele não explica como o próprio secretário de educação ganha a licitação para explorar o transporte escolar da cidade?
O que falta a esse governo municipal Sr.Heitor é transparência e competência.
A nossa desgraça sempre é o governo do Estado que nada aqui investe, entra e sai governador e é a mesma coisa. Só o vemos de 4 em 4 anos. Obras? Só pela tv lá pelo lado do Rio Capiberibe.