O Núcleo de Estudos e Pesquisa Sertão Agroecológico, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), promoveu na última sexta-feira (6) o Intercâmbio de Práticas de Convivência com o Semiárido, Agroecologia e Produção Orgânica em Santa Maria da Boa Vista (PE). Esse trabalho teve como público-alvo as famílias agricultoras do Projeto Fulgêncio, zona rural do município.
O objetivo foi fortalecer a agricultura familiar de base agroecológica e de produção orgânica, com enfoque na agrobiodiversidade, como eixos de um desenvolvimento rural sustentável no semiárido,
A valorização dos saberes e conhecimentos tradicionais, o incentivo à troca de vivências entre agricultores através de intercâmbios, tem se confirmado como uma das metodologias participativas mais importantes da agroecologia. Nesta perspectiva, as atividades do Núcleo logo cedo com uma mística de acolhimento e apresentação. Em seguida, os agricultores participaram de oficinas de práticas agroecológicas, de produção orgânica, demostrando diversas possibilidades de produzir sem agrotóxicos, com autonomia e preservação ambiental.
Ministradas por professores e bolsistas do Núcleo Sertão Agroecológico, as oficinas deram início com a professora Cristiane Dacanal, a qual trouxe para discussão sobre as demandas relacionadas ao projeto de construção da Sede da Associação de Produtores da Comunidade Fulgêncio. Em seguida, aconteceram as oficinas sobre Compostagem Orgânica, ministrada por (Laura Caroline e Carolina Subires); Produção de Biofertilizantes (Adriano José da Silva e Wanderson Thiago Rodrigues); Controle alternativo de Pragas (Poliana Moreira e Rodrigo Gilberto); Vermicompostagem (Diego Limaverde e Lucas Ricardo); Banco de Sementes (Kátia Gonçalves, Isabela Oliveira e Raysa) e Adubação Verde (Elson de Oliveira, Allef Frankclen e Larissa Victor).
À tarde, o momento foi de conhecer de perto as técnicas de produção orgânica e agroecológica, adotadas pelos agricultores familiares dos Assentamentos Terra da Liberdade e Mandacaru, localizados em Petrolina. Durante o percurso foram visitadas as hortas comunitárias e as variedades de produtos orgânicos cultivados. Além disso foi conduzida uma roda de diálogos voltados para autonomia de produção e comercialização de alimentos saudáveis.
Avaliação
Ao final, os participantes avaliaram o intercâmbio como momento participativo e construtivo de novas possibilidades de produção agroecológica. Agricultora do Fulgêncio, Maria Jaislene de Lino, 22 anos, chegou à seguinte conclusão: “devemos deixar de lado o uso de produtos químicos que fazem mal ao ser humano e avançarmos no que vai além de preservar o meio ambiente. Essa vivência foi maravilhosa porque vimos teatro, poesia, dicas práticas que nos incentivam a produzir alimentos orgânicos em nossa comunidade”. Além da troca de experiências, foram distribuídos sementes crioulas, mudas e folders relacionados a cada oficina. As informações são do Núcleo de Comunicação do Sertão Agroecológico.