Em debate morno, Geraldo Julio sofre críticas de Humberto e Daniel Coelho no Recife

por Carlos Britto // 05 de outubro de 2012 às 10:29

O último debate entre os candidatos a prefeito do Recife, realizado ontem (04) à noite pela TV Globo, teve um clima morno. Só esquentou nos momentos em que o candidato do PT, Humberto Costa, reforçou as críticas à PPP do Saneamento – que repassa a empresas privadas a exploração do tratamento de esgoto na Região Metropolitana – bandeira que vem empunhando há algumas semanas.

O petista afirmou ter tentado trazer o debate para a campanha, mas acusou o adversário Geraldo Julio (PSB) – um dos responsáveis pelo projeto quando era secretário estadual – de evitar a polêmica e buscar a proteção do Governo Eduardo Campos (PSB), que teria gasto dinheiro público com a publicação de notas de esclarecimento na mídia para defender seu candidato. “Isso é uso da máquina, e Recife não é curral eleitoral”, atacou.

Além de Humberto e Geraldo, participaram os candidatos Daniel Coelho (PSDB), Mendonça Filho (DEM) e Roberto Numeriano (PCB). Douglas Sampaio (PRTB) foi convidado, mas alegou estar afônico e não compareceu. Mais ofensivo, Humberto protagonizou outro momento de confronto com Geraldo ao responsabilizá-lo por contrair um empréstimo junto ao BNDES – no valor de R$ 32 milhões – quando foi secretário da Fazenda na Prefeitura de Petrolina, Sertão do São Francisco, na gestão de Fernando Bezerra Coelho (PSB).

Segundo o petista, a iniciativa feriu a Lei de Responsabilidade Fiscal ao ampliar irregularmente o endividamento do município e as verbas não teriam sido aplicadas devidamente. “Esse é o grande gestor que quer governar o Recife”, ironizou. O socialista revidou, afirmando que o empréstimo foi assinado antes dele assumir a secretaria, e alegando ter certidões de órgãos de controle atestando a sua idoneidade.

Geraldo também foi alvejado por Daniel Coelho, que se disse vítima de agressões e calúnias por parte do adversário e seus aliados nos programas do guia eleitoral. Ele se queixou da má distribuição do tempo de propaganda, mas afirmou que chegará ao segundo turno, quando os tempos são iguais para os dois finalistas.

Roberto Numeriano também criticou a legislação “esdrúxula” que o impediu de participar da maioria dos debates da campanha. “Meu medo é que o debate entre vocês (adversários) resulte em mais do mesmo. Eu poderia fazer o contraditório no segundo turno”, disse. Já Mendonça Filho preferiu centrar os ataques no prefeito João da Costa (PT) que, segundo ele, tem deixado a cidade “mal cuidada”. O democrata foi o mais crítico com relação aos atuais serviços públicos, e colocou sua experiência como governador à disposição dos recifenses. (Fonte/foto: JC Online)

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