Sem a presença da presidente Dilma Rousseff, que descansa na Base Naval de Aratu, na Bahia, o Palácio do Planalto deve divulgar nesta sexta-feira (26) uma lista com alguns nomes da cota do PT que vão compor o Ministério. Dias depois de Dilma ter anunciado 13 nomes, a oposição e cientistas políticos criticaram os critérios essencialmente políticos usados por Dilma para garantir apoio dos partidos no Congresso, e a falta de sintonia dos ministros com as pastas que vão tocar no 2º mandato.
Nessa nova leva de ministros, possivelmente estarão os petistas Miguel Rossetto para a Secretaria-Geral da Presidência; Ricardo Berzoini para as Comunicações e Pepe Vargas para a Secretaria de Relações Institucionais (SRI). A escolha desses petistas esbarrava em ressalvas que líderes do próprio partido de Dilma faziam.
Com a indicação de Pepe Vargas para uma área estratégica, interlocutores do ex-presidente Lula dizem que ele está irritado com a possibilidade de a articulação política acabar ficando concentrada em Aloizio Mercadante, na Casa Civil. Atualmente, Berzoini está na SRI. Rossetto ocupa a vaga no Ministério do Desenvolvimento Agrário. Pepe Vargas já havia sido ministro do Desenvolvimento Agrário, mas estava afastado do governo.
Desde que anunciou os 13 ministros, no início da semana, Dilma tem sido criticada. Além de pessoas que respondem a ações na Justiça, a falta de experiência e de conhecimento técnico de alguns ministros que ocuparão a Esplanada no segundo mandato tem provocado polêmica.
Críticas
A maior crítica é em torno do nome do novo ministro do Esporte, o deputado pastor George Hilton (PRB-MG). Em 2005, o pastor da Igreja Universal, então deputado estadual pelo PFL, foi flagrado e detido pela Polícia Federal no aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, com 11 caixas recheadas com cheques e notas de Real, num total de R$ 600 mil. O transporte foi feito em jatinho fretado.
À época, o pastor disse que o dinheiro era oriundo de doações de fiéis da Universal do Sul de Minas. Ele foi liberado, mas acabou sendo expulso do PFL.
A escolha de Aldo Rebelo, por sua vez, para a Ciência e Tecnologia provocou reação negativa na comunidade científica. Em 1994, Aldo apresentou um projeto de lei proibindo que órgãos públicos adotassem inovação tecnológica que afetasse a contratação de mão de obra.
A indicação do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), para a Defesa também causou críticas. Wagner teve dificuldades para administrar greves de policiais militares e dos bombeiros em 2012. Procurados, Aldo e Jaques Wagner não retornaram. George Hilton não foi localizado. (fonte: O Globo/foto: Jorge William)