O Blog recebeu nesta quinta-feira (4) a visita do candidato ao Governo de Pernambuco, Miguel Anacleto. Militante do PCB há mais de três décadas, ele vem percorrendo o Sertão pernambucano para apresentar seu discurso contra a desigualdade social, um dos principais motes de sua campanha.

Consciente da dificuldade de disputar com os grandes partidos, o candidato mantém os pés no chão, mas mostra-se otimista ao afirmar que seu partido vem se fortalecendo no Estado. “Estamos tendo resultado no nosso propósito de contribuir com o fortalecimento orgânico do partido. E a gente já está tendo resultado nisso, estruturando diretórios, embriões, células em várias cidades de Pernambuco”, disse.

Segundo Anacleto, a dificuldade de disputar com o poder econômico de outros partidos não desanima os que acreditam na política voltada à classe trabalhadora. “A gente não tem ilusão de que não é uma luta muito desigual. As campanhas são travadas com grandes candidatos -grandes no ponto financeiro-, nós não temos este patamar, não temos financiamento dos grandes empresários, mas se não tivermos determinação e se render ao que está estabelecido não iremos fazer absolutamente nada”, afirma.

O comunista explica que sua candidatura é orientada por três objetivos centrais: divulgar as propostas do partido, denunciar desmandos do Estado e contribuir com o crescimento do PCB. “Não temos outro espaço para divulgar nossas ideias a não ser na época de eleição. Além disso, precisamos denunciar os desmandos que acontecem em nosso Estado, sem cair naquele denuncismo vulgar e panfletário”, explicou Anacleto.

Propostas

Anacleto explica que seu programa de governo está centrado em cinco eixos principais. O primeiro seria o estabelecimento de um ‘poder popular’, que seria estabelecido através da criação de conselhos populares. “Pensamos em criar conselhos populares em novo tipo, não como os que estão aí, que são manipulados, cheios de deformações. Conselhos que permitam à população influir na construção, nas ações, no planejamento e no monitoramento do Estado e suas instituições“, explica.

Além disso, também estão na pauta dos comunistas a economia pública sustentável, as questões ambientais, a universalização de direitos aos serviços públicos e a solidariedade internacional, baseada na luta pela paz. Uma das bandeiras defendidas pelo candidato também diz respeito à redução da jornada de trabalho. Segundo Anacleto, a proposta vai além de discurso político e seria absolutamente viável.

“Você tem recursos tecnológicos hoje que permitem uma redução da jornada de trabalho mundial.  Há estudos científicos que provam matematicamente que isso é possível…este sistema capitalista está esgotado, ele não consegue dar respostas a humanidade, inclusive, pondo em risco a própria sobrevivência humana, quando agride o meio ambiente. Esta luta contra a desigualdade vai continuar”, finaliza.