A secretária de Saúde de Petrolina, Lúcia Giesta, tem até hoje (12) para apresentar uma contraproposta aos enfermeiros da rede municipal, que ameaçam paralisar as atividades na cidade. Vestidos de preto, um grupo deles concentrou-se mais uma vez na sede da Secretaria, na Avenida Dr.Fernando Góes, Centro da cidade, à espera de um posicionamento da prefeitura.

Em estado de greve desde o último dia 15 de janeiro, a categoria reivindica vários itens, mas o principal é a reposição das perdas da inflação no salário-base dos enfermeiros. Desde março de 2014 a pauta foi enviada à Secretaria, que se manteve em silêncio durante todo esse tempo.

Os manifestantes contestam o argumento da Secretaria de Saúde sobre um incremento concedido na remuneração dos enfermeiros, em 2014. “O que houve foram gratificações do PMAQ (Programa de Melhoria ao Acesso de Qualidade), que é do governo federal e foi aprovado pela Câmara de Vereadores”, disse ao Blog um dos enfermeiros.

A categoria explicou ainda que mesmo uma parte das gratificações do PMAQ é destinada a toda a equipe (médico, técnicos de enfermagem e enfermeiros). A outra parte, equivalente a 29%, deveria ser para melhorias nas Unidades de Saúde da Família (USFs) – o que, segundo os enfermeiros, não vem ocorrendo.

Os profissionais questionam ainda o fato de outras categorias na saúde pública reivindicarem e conseguirem ser reajustadas. Mas quando os enfermeiros fazem o mesmo, a Secretaria justifica que não pode conceder o aumento apenas para eles. Aliado a isso, os enfermeiros não querem mais a responsabilidade de prescrever antibióticos a pacientes – conforme protocolos da Saúde – recebendo tão pouco. “Sempre nos deram migalhas, e há três anos nem isso mais. O que estamos percebendo é que querem nos dar migalhas novamente”, disse uma enfermeira, referindo-se à possível proposta que Lúcia Giesta deve apresentar ainda hoje à categoria.

Balanço

Conforme a presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Pernambuco (SEEPE), Berenice Garcês, havia dito ao Blog, o prazo dado à prefeitura era até hoje porque a folha de pagamento é fechada sempre no dia 12 de cada mês. Independente do que Lúcia apresentar, a categoria informou que será marcada uma assembleia geral para deliberar sobre a proposta. Ainda hoje lideranças do SEEPE devem mais uma vez à Casa Plínio Amorim apresentar um balanço da situação.