O ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, está cumprindo agenda em Juazeiro (BA), sua terra natal, neste final de semana. Depois de visitar o Ibama, ontem (10), nesta sexta (11) ele participou do lançamento da terceira etapa do Programa Bioma Caatinga, iniciativa do Sebrae, Banco do Brasil e Fundação Banco do Brasil, que irá levar ações de tecnologia para criação, acesso a mercados, crédito e boas práticas de gestão da propriedade rural para 600 criadores de caprinos e ovinos de Juazeiro, Casa Nova, Remanso, Uauá e Curaçá, no norte da Bahia. O lançamento aconteceu no Grande Hotel de Juazeiro e contou com a presença do superintendente do Sebrae Bahia, Jorge Khoury, de prefeitos e representantes das cidades atendidas pelo programa e lideranças da região.
“Hoje, como ministro do Meio Ambiente, vocês têm um catingueiro orgulhoso dessa região. Sou um nordestino orgulhoso e estarei lá, fazendo tudo em defesa desse bioma, que é um dos mais sensíveis diante de um cenário grave de mudanças climáticas. Projetos como esse se tornam estratégicos e fundamentais para o enfrentamento do drama da seca, fortalecendo a economia local. Quero me colocar à disposição para sentarmos, para que o ministério possa ajudar”, discursou o ministro.
O ministro também falou sobre projetos para revitalização do Rio São Francisco e afirmou que R$ 300 milhões serão investidos. “Já temos um projeto em andamento e os editais já foram lançados para R$300 milhões, resultado das negociações com empresas devedoras do Ibama. Esses recursos serão aplicados, inicialmente, na recarga do abastecimento hídrico do Rio São Francisco, ou seja, nos rios contribuintes do São Francisco, notadamente em Minas Gerais e no Oeste da Bahia, onde estão os principais rios que ajudam a formar a calha principal do São Francisco”, destacou.
Edson Duarte disse estar trabalhando para mobilizar a sociedade em defesa do meio ambiente. Segundo ele, pesquisas indicam que este ano micro e pequenas empresas sofrerão com a falta de água. “Estou trabalhando como ministro no que eu chamo de mobilização nacional em defesa do meio ambiente. Estamos mobilizando os municípios, as empresas, as escolas, todos numa grande cruzada. Porque as consequências ambientais não ficam só para os ambientalistas, elas ficam para todos, inclusive para as grandes empresas. Pesquisas, inclusive do Sebrae, dizem que este ano 40% das micro e pequenas empresas vão sofrer problemas com colapso no abastecimento de água, e isso é muito grave. O que nós estamos fazendo é gerenciar, acompanhar, monitorar e trabalhar para minimizar os efeitos da falta de água, que antes era quase que exclusivamente do semiárido, mas agora é do Brasil inteiro”, salientou.
Programa Bioma Caatinga
Sobre a terceira etapa do programa lançado hoje, o superintendente do Sebrae Bahia, Jorge Khoury, destacou que o projeto foi desenvolvido pelos avanços que aconteceram. “Tivemos significativos avanços, seja no peso do animal, da vida do animal, da apartação do filhote, do valor de compra. Tudo isso foi significativo a ponto de algumas empresas do comércio já trabalhar com cortes especiais. Eu diria que o maior resultado da qualidade do produto, foi exatamente o comércio. O caprino e o ovino passaram a ser produtos de qualidade e nossa expectativa é aumentar isso. A expectativa é que sejam atendidos 600 produtores nesta terceira etapa”, disse.
Na região semiárida, o programa é desenvolvido desde 2014, com o apoio de uma equipe de profissionais, entre técnicos agrícolas, zootecnistas e veterinários, na sede e zona rural dos municípios. A iniciativa atende produtores rurais no campo e também empresas ligadas à caprinovinocultura, como casa de rações, lojas de produtos veterinários, abatedouros, açougues, frigoríficos, mercadinhos e supermercados. Na última edição, o programa recebeu investimentos de R$ 1,5 milhão para melhoria de gestão, inovações e acesso a mercados. Nesta terceira etapa, será mantida essa mesma expressividade.