A reunião entre as principais lideranças do PT pernambucano com o deputado federal Lucas Ramos (PSB), em Petrolina, reforçou o que o senador Humberto Costa já havia deixado claro na coletiva de imprensa na última sexta-feira (2): o partido vai conversar com todos os atores da oposição para, se possível, se fechar em torno de um único nome para a disputa municipal de 2024.

Na coletiva, realizada na sede do Sintepe local, Humberto admitiu erros que levaram o partido a perder o protagonismo que detinha no começo dos anos 2000, quando elegeu e reelegeu João Paulo a prefeito do Recife, fazendo em seguida o seu sucessor (João da Costa). Segundo o senador, isso aconteceu em parte pelas disputas internas da legenda.

No entanto, ele acredita que o atual momento é semelhante à janela que se abriu para o PT em 2000. Para Humberto, por ora não existe nenhuma força hegemônica no Estado. O senador afirmou que a governadora Raquel Lyra (PSDB) pode vir a se tornar essa força, mas por enquanto ainda não é porque “comete muitos equívocos” na sua gestão. Por outro lado, Humberto lembrou que o PSB foi o grande derrotado em 2022, já que o estigma do partido, após oito anos, contribuiu para impedir que o então candidato a governador Danilo Cabral, apoiado pelos petistas, tivesse o desempenho esperado. Somado a isso, a representante do partido no Senado, Teresa Leitão, teve mais votos em 2022 do que a própria Raquel, sua adversária Marília Arraes (SD) e até do que Jair Bolsonaro (PL), que disputava a reeleição à Presidência da República.

Por todos esses fatores, o senador acredita que o PT tem todas as condições de entrar forte nesse jogo eleitoral. “Queremos dividir a esquerda? Não. Mas, primeiro, queremos ser respeitados. Segundo, nós queremos sentar à mesa no momento que as grandes decisões desse campo político da esquerda forem tomadas, mas não como atores secundários. Queremos ter o protagonismo. Construímos uma unidade importante na nossa bancada federal, temos uma unidade importante na nossa bancada estadual. Esse é o caminho. O que vai acontecer mais pra frente, eu não sei. Vamos discutir com o próprio PT nacional, mas nós em Pernambuco queremos ser protagonistas também para a construção de uma hegemonia”, pontuou Humberto.