Em reunião com líderes, PSB desiste de pedir impeachment de Dilma Rousseff

por Carlos Britto // 14 de outubro de 2015 às 17:42

dilma-rousseff_presidenteA Executiva Nacional do PSB vai manter a postura de independência em relação ao governo Dilma Rousseff e não declarar apoio a um processo de impeachment contra a presidente neste momento. A decisão, que está prevalecendo em reunião realizada nesta quarta-feira (14), em Brasília (DF), contraria expectativa da direção partidária, que – após consultas a parlamentares, militantes, governadores e prefeitos – convocou a Executiva esperando que a legenda fosse se declarar como oposição.

Embora o PSB mantenha postura crítica em relação à política econômica e ao projeto político do PT, a decisão é uma vitória de Dilma Rousseff, que buscou reaproximação com o PSB por intermédio dos governadores do partido, Rodrigo Rollemberg (DF), Paulo Câmara (PE) e Ricardo Coutinho (PB). O partido tem 34 deputados federais e sete senadores. A postura de independência, tomada após a morte de Eduardo Campos, em 2014, mantém a possibilidade de a presidente contar com o apoio de setores da legenda em votações do Congresso.

“O clima é de independência propositiva. Prevaleceu o bom senso. O que a população espera de nós é posição equilibrada, de independência, que permita olhar com serenidade e ajudar a melhorar a situação econômica. Ao mesmo tempo, tem críticas à política econômica, mas o Brasil precisa encontrar uma saída. para o país voltar a crescer. Estamos vivendo um impasse que está levando o país a derreter. Na posição de independência, o partido tem mais condições de ser interlocutor com as forças políticas no sentido de construirmos uma alternativa”, disse Rollemberg.

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendendo o rito processual definido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para a tramitação de pedido de impeachment foi um dos fatores que pesaram sobre a decisão do PSB. Durante a reunião, integrantes da Executiva avaliaram que as liminares concedidas por ministros do STF anulando os procedimentos acertados entre Cunha e oposição fizeram com que o afastamento de Dilma “subisse no telhado”.

Mas, além da decisão do STF, nas últimas semanas, houve intensa articulação do governador do Distrito Federal junto às bancadas na Câmara e no Senado para evitar que o partido se declarasse oposição, endurecendo a relação com o governo federal.

O que está claro é que o impeachment é como uma bomba atômica para o país. Jamais poderíamos utilizá-lo como instrumento de pressão política. Jamais pode – e esse é o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) – querer criar artifícios não previstos na Constituição para mudar o rito processual e comprometer a democracia”, completou Rollemberg. Para ele, o PSB só deve adotar uma posição em relação ao impeachment quando a questão estiver colocada, contendo elementos que justifiquem o pedido e obedecendo aos ritos processuais.

FBC

O senador Fernando Bezerra Coelho (PE) ficou satisfeito. “Decidimos manter a posição de independência para não fechar as portas para o diálogo, porque a crise é muito grave e precisamos contribuir para uma saída. E o PSB não precisa ficar explicando em que campo está, porque há mais de um ano, quando lançou candidatura própria a presidente, já assumiu ser oposição ao projeto político que aí está“, afirmou.

Segundo ele, o PSB vai oferecer um projeto alternativo ao país, que passará pela conquista do maior número de prefeituras em 2016 e pelo lançamento de candidato próprio a presidente em 2018. Para o senador, também é importante não se declarar oposição ao governo Dilma Rousseff para “não se confundir com PSDB e DEM”. (fonte: Valor Econômico/foto reprodução)

Em reunião com líderes, PSB desiste de pedir impeachment de Dilma Rousseff

  1. Ricardo disse:

    Quem tem rabo de palha …. kkkkkkkkkkkkkk

  2. marina disse:

    Acabaram de perder meu voto. Não tem argumento para serem cúmplices e filial do PT.

  3. Francisco disse:

    Na verdade o PSB tem que apoiar o governo, porque foi cúmplice deste no descalabro. Tem que apoiar o governo petista, porque há parlamentares do PSB com o rabo preso e suspeitos de se beneficiarem do esquema da PETROBRAS. Tem que apoiar, porque EDUARDO CAMPOS somente se afastou o PSB do PT quando viu que o barco começava a afundar e queria tirar proveito da situação (dando uma de salvador da pátria, como candidato ao planalto). Quanto ao posicionamento de FBC, a política desse senhor é muito conhecida: sempre em cima do muro, olhando o melhor momento para apoiar A ou B. Aliás, a desculpa ofertada por este senador no que toca à adoção da lei do silêncio quanto à quadrilha que tomou conta do país, é um posicionamento vergonhoso, até porque uma das funções do parlamentar é fiscalizar o governo. No mais senador, leia o acórdão do Supremo. A liminar não retirou a competência do Presidente da Câmara quanto à apreciação o pedido de impeachment. Tão somente afastou o rito que seria adotado em caso de rejeição do pedido. Como os poderes da república estão nas mãos de facções, prevalece agora a tese de que uma facção deve negociar com a outra, de forma a não passar o impeachment da criação de Lula nem a cassação de mandato de cunha.

  4. Luis Fernando disse:

    Qual é o projeto alternativo, senador? Aquele da “nova forma de fazer política” ou esse do “apoiamos o governo, mas não temos nada a ver com essa zona”? Também pode ser aquele, onde se elegem filhos, netos, sobrinhos etc, perpetuando gerações no poder.
    Enquanto continuarmos elegendo sempre os mesmos políticos ou seus apadrinhados, não teremos mudanças. Não podemos esperar resultados diferentes, fazendo sempre da mesma forma.

  5. Jacson disse:

    É……, se não é a favor do impeachment, então é contra, se é contra tem algo de podre nisso tudo; apesar de Brasília ser tão longe, o mal cheiro chega aqui no estado principalmente, cada dia que passa mais decepcionante os nossos representantes no cenário nacional da política.

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