A greve dos funcionários da empresa Viva Petrolina será uma das pautas de uma reunião marcada para as 19h de hoje (18) no João de Deus, zona oeste da cidade. O encontro acontecerá na sede do conselho comunitário, na Rua 12 (antigo posto policial). Os líderes comunitários do bairro estão solidários às reivindicações dos funcionários da Viva, que chegam ao segundo dia da paralisação. Mas no encontro desta noite eles podem anunciar uma nova manifestação cobrando promessas de melhorias para o setor, assumidas no início do ano pela empresa e prefeitura.
De acordo com o presidente da Usina Cultural do bairro, Francisco Gonçalves, os profissionais da Viva estão corretos em cobrar seus direitos trabalhistas e não têm culpa pelas falhas ainda existentes na linha que cobre o bairro. No entanto, ele ressalta que a comunidade não pode continuar no prejuízo.
“Nós queremos ser bem atendidos pela empresa que presta serviços na nossa área. A gente sentou, em janeiro, com a EPTTC, com o secretário de Governo da prefeitura, e o que foi prometido a nossa comunidade até hoje não foi cumprido”, alfineta Francisco.
O líder comunitário refere-se a uma manifestação realizada em janeiro deste ano no bairro, que teve como intuito cobrar uma série de itens de infraestrutura – entre eles avanços no transporte coletivo. Os moradores reclamavam de veículos sucateados e da falta de pontualidade da Viva no atendimento aos passageiros, que ainda persistem. “As melhorias, nem de longe, foram as que nos prometeram”, desabafa Francisco.
Problemas
Francisco, que esteve ontem conversando com os grevistas da empresa, soube por parte de motoristas que alguns veículos continuam circulando pelo bairro com os mesmos problemas criticados pela comunidade. “Eles me disseram que os ônibus estão sem cigarra e com freios e embreagem defeituosos”, revelou.
Representante do conselho comunitário do bairro, o secretário Eugênio Alves também reforça as palavras. Dizendo não entender o que a Viva faz do dinheiro arrecadado na cidade, “que não é pouco, já que a população paga em espécie”, ele solta o verbo. “A única qualidade da Viva Petrolina é o que ela arrecada. Mas uma empresa que não tem a capacidade de pagar os seus colaboradores, não tem condições de prestar um bom serviço. E ainda fala em contratar novos funcionários”, critica.
Eugênio adiantou que na reunião de logo mais irá propor à comunidade acionar o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) pedindo a suspensão da linha da Viva Petrolina. Anteriormente as lideranças do bairro já tinha acionado o órgão e também a Polícia Rodoviária Federal (PRF) contra as condições de funcionamento dos veículos. “Esperamos contar com o apoio dos moradores e da Câmara Municipal”, finalizou. Com a greve dos funcionários da Viva, a população do João de Deus será de novo atendida provisoriamente por ônibus da Joafra, cuja prestação de serviço no bairro já tinha sido aprovada pelos moradores. Sobre as críticas, o Blog reserva espaço à Viva Petrolina e à EPTTC.