Em Sobradinho, no norte da Bahia, famílias rurais do Assentamento Terra Nossa vivem da produção de frutas e verduras, além da criação de pequenos animais. Esse trabalho que alimenta a comunidade e que também está sendo comercializado, vem ganhando mais estímulo depois da construção de um viveiro de mudas.
No assentamento moram 22 famílias que cuidam do viveiro, onde são cultivados vários tipos de verduras e hortaliças de forma agroecológica, ou seja, sem uso de qualquer insumo ou defensivo químico. Toda a estrutura do viveiro, incluindo alguns equipamentos e o novo sistema de irrigação feito por gotejamento, foi financiado pelo Projeto Pró-Semiárido executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR),órgão da Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado da Bahia (SDR).
Dona Jucicrene Azevedo é uma das assentadas que todos os dias vai até o viveiro, seja para irrigar seu canteiro, observar as plantas ou para colher alguma verdura. Ela se mostra animada com a variedade de cultivos onde é possível encontrar muito coentro, cebolinhas, alface, couve, pimenta, tomate cereja, além de plantas medicinais como mastruz, hortelã, arruda, dentre outras.
No viveiro, há também mudas de manga, acerola e maracujá que, aos poucos, vão sendo plantadas nas roças individuais ou coletivas que as famílias têm em áreas próximas do viveiro e irrigadas com a água do Canal da Serra Bateira. “Antes a gente não tinha incentivo de nada pra trabalhar na roça, mas agora estamos recebendo essa ajuda que nos traz muita expectativa e esperança”, disse a pequena agricultora.
Ela inclusive tem assumido a missão de animar as famílias para a diversificação dos cultivos e para a comercialização, que também está sendo estimulada depois que esses agricultores passaram a levar sua produção para uma feira agroecológica que acontece todos os sábados em Sobradinho. Esta feira vem despertando o interesse dos consumidores locais, que optam por alimentos orgânicos, e conta também com a produção dos assentamentos Fonte de Vida e Vale da Conquista, ambos também em Sobradinho.
Aprendizado
Para Dona Maria do Socorro, a experiência no viveiro comunitário tem ajudado a melhorar sua renda e ainda lhe serve de aprendizagem. “Além da melhoria da renda com a venda das hortaliças, aprendi também a melhorar a terra”, disse a assentada, ao se referir aos cursos de fabricação de composto e defensivos orgânicos, dos quais participou durante as formações oferecidas pelo Pró-Semiárido e que ela utiliza em sua produção.
O agente comunitário rural Marcos Vinícius, que mobiliza as famílias para as formações e outras atividades do projeto, reconhece que há desafios nesse trabalho, mas com a ajuda da associação local e o estímulo das pessoas que acreditam no projeto, as famílias estão vencendo as dificuldades e os resultados, a exemplo do viveiro e da feira agroecológica, estão acontecendo. Com a colaboração de Raimundo Fábio/para o Blog.