O agora ex-governador de Pernambuco e presidenciável, Eduardo Campos (PSB), lembrou do avó Miguel Arraes e do ex-ministro Fernando Lyra ao fazer os cumprimentos durante discurso no ato de transmissão de cargo, nesta sexta-feira (4), no Palácio do Campo das Princesas.
O socialista destacou que há 50 anos Miguel Arraes saiu conduzido pelos militares e que saiu pela porta da frente, como ele está fazendo ao deixar a gestão de Pernambuco após dois mandatos.
O presidenciável proferiu um trecho do discurso de 2007, ano em que assumiu o primeiro mandato, no qual ele afirmou que iria começar um tempo novo, “onde os que estavam acostumados a perder vão começar a ganhar”.
Eduardo Campos agradeceu à família e chorou ao falar da mulher Renata Campos e de Miguel, seu filho caçula. “A eles todo o meu agradecimento”, declarou.
Veja o discurso de Eduardo, na íntegra:
Há cinquenta anos, em 1º de abril de 1964, o governador Miguel Arraes deixava este Palácio sob escolta militar, em direção à prisão e depois ao exílio, por se recusar a renunciar ao mandato que lhe fora outorgado pelo voto democrático dos pernambucanos.
Arraes saiu pela porta da frente e por ela voltou mais duas vezes, nos braços do povo, que com alegria lhe devolveu o mandato que tentara lhe usurpar o arbítrio.
Hoje, depois de dois mandatos, deixo o Palácio do Campo das Princesas pela mesma porta da frente, rumo a novas lutas a que me levam compromissos sociais, históricos e políticos.
Peço permissão para relembrar trecho do discurso que proferi ao assumir, pela primeira vez, o Governo do Estado, em 1º de janeiro de 2007:
“Vamos construir um tempo novo, em que os que sempre perderam vão começar a ganhar. Um tempo em que as vítimas não serão mais culpadas. Um tempo em que a indignação seja a ferramenta para enfrentar a pobreza, a miséria, a violência e a exclusão”.
Busquei honrar esses compromissos, empenhando neles todas as minhas forças, com o apoio de uma equipe de servidores públicos dedicada e leal; dos Poderes Legislativo e Judiciário; do Ministério Público e do Tribunal de Contas; do Governo Federal e dos governos municipais; dos partidos aliados; dos movimentos sociais; dos trabalhadores; dos empresários e da Imprensa. E, principalmente, com o apoio do povo de Pernambuco, que nunca permitiu que fraquejássemos e deixássemos estreitar os caminhos da mudança.
Com unidade e determinação tentamos fazer o que mostrava-se o mais necessário, mobilizando para tanto todos os de boa vontade e tornando assim possível o que parecia irrealizável.
O trabalho muitas vezes me furtou do convívio familiar, embora minha família tenha sempre participado ativamente de toda minha trajetória política. Registro, com emoção, o meu agradecimento, pelo apoio e compreensão, a Renata, Maria Eduarda, João, Pedro, José, Miguel, Ana, Antônio e à minha avó Madalena, em nome de toda a família.
Ao meu lado, nos bons e nos maus momentos, sempre o vice-governador João Lyra Neto, que hoje assume a condução do Governo do Estado. Sua experiência administrativa e seu descortino foram valiosos para todos nós e asseguram a preservação e ampliação de tudo que até agora construímos juntos.
Vá com Deus Dudu! Já vai tarde!!!!!!
Ex-governador “SIM” agora presidenciavel “NÃO”. Bom para uns e Ruim para outros.