Os caprinovinocultores de Casa Nova (BA), no norte do estado, podem ganhar uma injeção de ânimo para continuarem investindo na atividade.
À frente de uma grande produtora de eventos em Brasília (DF), o empreendedor Wallison Torres decidiu diversificar seus investimentos e aplicar R$ 8 milhões em uma fazenda no município, onde pretende criar ovinos da raça Dopper e Santa Inês.
Segundo ele, o cordeiro está presente em todos os cardápios dos melhores restaurantes de São Paulo e é sempre o prato mais caro, justificando o investimento, que deverá ter retorno e lucro dentro de pouco tempo.
“Não vou investir por filantropia. Quero ganhar dinheiro com este negócio, como tenho feito nos meus outros investimentos. Mas é uma iniciativa que pode melhorar a vida das pessoas que hoje dependem da feira para vender seu carneiro, da boa vontade do intermediário para comprar o couro. Quero incentivar a melhoria genética, firmar parceria para a comercialização e estender os conhecimentos técnicos aos meus vizinhos. Não estou inventando nada novo”, explica, justificando que grandes empresas como Sadia e a Perdigão fizeram isso em Santa Catarina e no Paraná.
“Elas ganharam muito dinheiro e melhoraram a vida das comunidades onde atuam. Lá todos são parceiros e sócios, mesmo o pequeno granjeiro com um hectare de terra”, pontua.
Falta de seletividade
O estado de São Paulo, principal mercado para esse tipo de carne, produz só 10% do que consome, ou seja, três quilos anuais per capita. O restante do consumo é suprido pela produção do Nordeste e via importações, principalmente do Uruguai, segundo levantamento de mercado do grupo frigorífico Savana, de São Paulo, especializado em cortes de carne de cordeiro.
Casa Nova é um dos maiores produtores de ovinos e caprinos, mas se ressente da baixa qualidade e produtividade do rebanho, além das grandes perdas e falta de seletividade genética dos animais.
