Um dos períodos mais festejados e aguardados pelo nordestino, apesar da pandemia do novo coronavírus (Covid 19), não deve passar em branco. Pelo menos não no que depender da criatividade e do esforço dos empreendedores de Petrolina. Será um São João diferente, no ‘novo normal’, mas isso não significa que a tradição não seja mantida.
É o que aposta o empresário Sebastião Costa. Nesta época do ano, seu estabelecimento comercializa bandeirolas, decorações com a temática junina, chapéus matutos , enfeites de cabeça, arranjos diversos. Apesar do momento atual, de cuidados para evitar a disseminação da Covid 19, as vendas tem sido positivas. “As pessoas não estão deixando de comprar . Elas estão se adaptando ao novo normal. A festa junina será mais reservada, em família, mas a tradição se mantém. E o consumidor quer se enfeitar, quer entrar no clima, quer decorar a casa“, pontua o lojista.
Com expectativas promissoras para a data, outra empresária, Marileide Nascimento, acredita na adaptação e reinvenção nas comemorações juninas. Para o período, ela está disponibilizando o ‘Arraiá na Caixa’, com várias guloseimas típicas da época, em caixas personalizadas. “O momento pede inovação , não é? Creio que ninguém tenha passado anteriormente por um desafio como esse. Resolvi apostar nesta produção nas caixas, porque em outras datas comemorativas a saída foi muito boa”, destaca.
A empreendedora personaliza as caixas e disponibiliza aos clientes, de início, quatro opções já pré-montadas. “O cliente pode sugerir algum produto, aumentar a quantidade de acordo com o número de pessoas. Tudo isso a gente vai ajustando. O que importa mesmo é celebrarmos, em casa junto aos nossos, evitando aglomerações , mas mantendo as tradições”, pontua. O ‘Arraiá na Caixa’ custa a partir de R$ 100 e a entrega é feira por delivery, respeitando todas as normas de higienização previstas pelas autoridades sanitárias.
Memória afetiva
Entre os meses de maio a julho, a radialista Cimarh Athaíde investe na produção de licores que, segundo ela, são resultados de sua memória afetiva. Quando pequena, via a avó Josepha produzindo e isso ficou gravado em sua memória. Há dez anos, Cimarh resolveu colocar em prática o que aprendeu com as receitas de família, e o resultado não poderia ser melhor. “O maior segredo deste licor é que ele é feito com muito amor, cheio de boas lembranças. Quando comecei, fazia só uns dois tipos. Hoje já são vinte sabores disponíveis para os clientes. As vendas são muito boas, e posso afirmar que estou vendendo mais esse ano do que nos anteriores“, comemora. Os licores são comercializados por R$ 30 (a unidade) e, neste período, a empreendedora chega a vender até 150 unidades.
Para o presidente do Sindilojas, Joaquim de Castro, o ‘novo normal’ pede adaptações e um olhar diferenciado por parte de todos. “Tem sido um ano atípico, mas nós temos duas opções: ou paramos e nos lamentamos ou vamos encarar os desafios e aprendermos uma nova forma de nos relacionarmos em família, no trabalho, socialmente. Eu acredito que o empresariado de Petrolina está no segundo grupo, se reinventando, vendo maneiras de chegar ao seu público. Sabemos que neste período junino, assim como as outras datas que aconteceram já durante a pandemia, teremos resultados abaixo do esperado. Mas isso não significa que não devamos comemorar cada passo que estamos avançando dentro deste novo normal“. As informações são da assessoria do Sindilojas.