Termina hoje (30) em Petrolina o Encontro Estadual da Articulação do Semiárido (ASA). O evento é promovido pela entidade em Pernambuco e tem como principal objetivo promover a discussão de políticas públicas que contribuam para a convivência com o semiárido. Esta é a primeira vez que a cidade sedia o encontro.
Desde ontem (29) agricultores de toda a região, convidados, sociedade civil e representantes dos governos municipal e estadual participam de debates, exposição de experiências e palestras. A programação será encerrada com uma mesa redonda, com a participação do secretário estadual de Agricultura, Aldo Santos, além de representantes do ProRural.
De acordo com o coordenador da ASA em Pernambuco, Manoel dos Anjos (foto), a ideia é discutir com o governo ações estruturantes que possibilitem a convivência com a estiagem. “Nós queremos construir políticas públicas que saiam do conceito de combate à seca para a convivência. A seca não vai acabar, precisamos encontrar formas de conviver com ela, oferecendo uma vida digna aos moradores do Semiárido”, explicou.
A partir do mês de setembro, a entidade estará realizando conferências regionalizadas em municípios do semiárido pernambucano com o objetivo de reunir sugestões dos agricultores e da sociedade civil para a elaboração do Plano Estadual de Convivência. “A lei foi criada há pouco tempo, o recurso existe, então precisamos ouvir a população e formar o plano estadual. A previsão é que todo o processo seja finalizado ainda este ano”, afirmou Manoel.
Ações estruturantes X Ações emergenciais
Entre as ações estruturantes para reduzir os transtornos causados em períodos de estiagem, a ASA defende que é preciso garantir a segurança hídrica das famílias durante todo o ano. “As ações envolvem desde a construção de cisternas e educação contextualizada ao manejo sustentável da caatinga e combate à desertificação”, informou.
Para Manoel dos Anjos, as ações ajudariam o governo a gastar menos recursos em medidas emergenciais. “O que governo já gastou em ações emergenciais, como carros-pipas e bolsa estiagem, daria para implantar políticas efetivas de convivência com a seca. O governo gasta muito mais em medidas emergenciais do que em ações para melhorar a vida das pessoas do semiárido”, disse.
Por Monyk Arcanjo