Energia solar pode ser redenção de cidades brasileiras, crê ex-secretário de Ciència e Tecnologia de PE

por Carlos Britto // 08 de junho de 2014 às 13:48

marcelino (2)_640x360Ex-secretário de Ciência e Tecnologia de Pernambuco, Marcelino Granja acredita que a implantação de projetos referentes a energias renováveis – em especial as plantas solares – poderão ser a grande saída para as cidades brasileiras distantes das hidrelétricas. A ideia, inclusive, será uma de suas propostas de campanha, já que é pré-candidato a deputado federal pelo PCdoB.

Ao Blog, Marcelino disse que a energia solar tem uma grande vantagem em relação à eólica: é encontrada em maior abundância. “Não temos boas fontes de ventos, e as que temos precisam ser mais bem exploradas. Já a fonte solar é simplesmente abundante, e de forma generalizada, desde o Norte de Minas passando pelos estados do Nordeste”, explica.

“Podemos ter hoje grandes plantas solares que poderão ser a redenção de cidades que não estão à beira do rio”, completa o pré-candidato. Com o conhecimento de um autêntico sertanejo (é de Parnamirim, passou a infância em Floresta e veio estudar depois em Petrolina, de onde partiu para o Recife para fazer faculdade, no final dos anos 70), Marcelino avalia que falta “uma decisão econômica” de transformar produção de energia, por essa fonte renovável, num projeto nacional de desenvolvimento que contemplaria a região.

Como exemplo ele afirma que o país tem condições de instalar uma usina fotovoltaica (solar) para produzir a quantidade de energia que a de Sobradinho, a qual produz 1/12 avos da Usina de Itaipu, considerada a maior do mundo. “Uma fazenda com 4 mil hectares de placas solares, produz energia como Sobradinho. E há centenas de cidades em Pernambuco, na Bahia, no Piauí e no Ceará com 4 mil hectares disponíveis a preço de banana para ter uma usina solar do tamanho da de Sobradinho para vender energia ao resto do país, o que aumentaria e muito o ICMS dessas cidades”, avalia.

Mas não é só. O ex-secretário defende também, como outro eixo do desenvolvimento regional, que o ramal da Ferrovia Transnordestina estenda-se a Salgueiro e Petrolina, ligando a região ao oeste baiano, e consequentemente, ao restante do Brasil.

Contribuição

Marcelino ressalta ainda que o PCdoB está disposto a colaborar no que o partido considera mais a um eixo decisivo no desenvolvimento nacional: uma nova reurbanização para humanizar as cidades. Isso, segundo ele, passaria não apenas por obras “de pedra e cal”, mas por itens como saneamento, mobilidade e habitação (entre outros), além de investimentos radicais em educação e saúde. Em Pernambuco, por exemplo, ele acredita que a UPE deveria ter o dobro dos investimentos para fortalecer sua autonomia e defende um salário de pelo menos R$ 5 mil para os professores.

Para resolver essas questões, o PCdoB vai buscar na arrecadação tributária do país a saída. Mesmo aliado do governo federal, o partido – segundo Marcelino – considera “injusto” esse modelo porque há um desequilíbrio financeiro sobre o restante da economia brasileira. Para se ter uma ideia, somente em 2013 o governo arrecadou mais de R$ 1,1 trilhão, mas teve de pagar nada menos que 44% ao sistema financeiro – entre juros, amortização e rolagem da dívida.

É justamente o que falta na outra ponta para implementar as melhorias essenciais ao que o país necessita, segundo Marcelino. Aliado a isso, ele cobra um combate mais enérgico à corrupção, ao desvio de recursos públicos e às más administrações, que também ajudam a dilapidar o patrimônio dos contribuintes brasileiros. Para o pré-candidato, a saída é um novo Pacto Político-Social no país, que passa por todos os segmentos da sociedade civil organizada.

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