Não são apenas os médicos que reclamam em Petrolina de salários e melhorias nas condições de trabalho. A classe dos enfermeiros também. A categoria, inclusive, decretou estado de greve numa assembleia geral realizada pelo Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Pernambuco (SEEPE), semana passada, num hotel da orla fluvial da cidade.
A decisão aconteceu porque desde o dia 18 de março de 2014 a entidade enviou a pauta de reivindicações à Secretaria de Saúde de Petrolina, e até hoje está sem resposta. Caso a situação continue dessa forma, eles prometem deflagrar uma greve.
Constam da pauta mais de 20 itens. Destes, segundo o SEEPE, apenas nove são de natureza econômica. Os enfermeiros exigem reajuste salarial de 25% , incorporação de 70% da Gratificação de desempenho do PSF ao salário base (bem como seu reajuste) e nas demais gratificações – além de melhoria nas condições de trabalho nos aspectos estruturais, técnicos e de segurança, provisão e abastecimento de insumos, medicamentos e EPIs.
Ainda na pauta de negociação estão a criação do Plano de Cargo, Carreira e Vencimentos, implantação de uma mesa municipal de negociação e concurso público para provimento das vagas necessárias para suprir as necessidades da saúde de Petrolina (SAMU e USF). Lideranças do sindicato ainda mantêm esperança de um diálogo que chegue a um consenso com o município.
Essa de incorporação de 70% da gratificação é inviável. A partir do momento em houver a incorporação, os profissionais vão fazer corpo mole, pois trabalhando ou não trabalhando essa gratificação cai na conta. No final, quem perde é o contribuinte, que terá uma prestação de serviço pior.
Esta gratificação, pacato cidadão, é infelizmente utilizada para compôr o salário do enfermeiro da estratégia saúde da família de Petrolina, que tem um rendimento base apenas um pouco maior que um salário mínimo, e apenas deixa de ser paga ao profissional que sair do programa, bem diferente da nossa vizinha Juazeiro BA que não precisa utilizar de gratificação para pagar um salario digno a esses profissionais, que por sinal não fazem corpo mole em nenhum serviço, sendo a maior mão de obra da saúde.