Os enfermeiros da rede pública de Petrolina decidiram estender um pouco mais o prazo de tolerância dado à prefeitura para que atenda à pauta de reivindicações da categoria, sem a necessidade de uma paralisação geral. Esse foi o resultado da última assembleia geral dos profissionais de enfermagem, realizada na noite de ontem (2) no auditório da Secretaria Municipal de Saúde, Centro da cidade.
Em estado de greve desde o último dia 15, os enfermeiros estão usando o preto nas Unidades de Saúde da Família, em protesto contra a falta de posicionamento da administração municipal, que recebeu as propostas da categoria em março do ano passado e até o momento se manteve em silêncio. A iniciativa também tem o objetivo de atrair o apoio da população à causa dos profissionais.
Segundo a presidente do Sindicato dos Enfermeiros no Estado de Pernambuco (SEEPE) e diretora da Federação Nacional dos Enfermeiros, Berenice Garcês (foto), a questão não é apenas salarial. “Queremos mostrar à população a precariedade de não prestar uma assistência correta porque os enfermeiros trabalham sem as condições adequadas”, declarou.
A categoria pede – entre outros itens – reajuste salarial de 25%, incorporação de 70% da Gratificação de Desempenho do Programa Saúde da Família (PSF) ao salário-base, além de melhoria nas condições de trabalho nos aspectos estruturais, técnicos e de segurança, provisão e abastecimento de insumos, medicamentos e Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs).
Na Assembleia de ontem, a secretária de Saúde, Lúcia Giesta, conversou rapidamente com os representantes do Sindicato e se comprometeu em analisar o orçamento da pasta para se posicionar em relação às reivindicações dos enfermeiros, numa provável reunião a ser marcada. “Como a folha de fevereiro fecha dia 12, então acreditamos que até lá ela faça um resumo e coloque os percentuais, além de propor as melhorias na saúde para os enfermeiros”, ponderou.
Defasagem
Berenice ressaltou que os 75 profissionais da área na Saúde da Família estão há três anos sem receber um centavo de reajuste. “Eles estão praticamente pagando para trabalhar, sobretudo os da zona rural, que mesmo recebendo uma ajuda para se deslocar, estão em dificuldades”, diz.
A presidente citou também outra questão que considera grave: o vínculo “precário” de 32 enfermeiros contratados pelo município, que não têm direito a férias, nem 13º salário. “A secretária justifica que é um contrato de interesse público, mas eles têm direito que precisam ser respeitados”, afirmou. Dois delegados sindicais – um na zona urbana e outro na rural, além de um diretor sindical – acompanharão em Petrolina o decorrer desse desfecho até a próxima semana, quando a categoria poderá ou não cruzar os braços.
Os representantes do Sindicato também devem ir à Casa Plínio Amorim solicitar o apoio dos vereadores no sentido de intermediar o impasse. Eles pretendem ainda fazer uma carta aberta à população explicando a situação pela qual passam os enfermeiros da rede pública.
Esses enfermeiros não merecem ganhar nada!! Pois nas greves passadas, traíram os servidores da saúde em troca de aumento só pra eles. Mas como Deus é justo, e Júlio Lóssio muito esperto, não deu foi nada de aumento pra eles. E deu, pra os líderes que traíram a classe deles, esses ganharam cargos na secretaria de saúde. Não são só eles que estão sem aumento, todos os outros servidores da saúde também.