Especialista sugere falha humana para queda de jatinho que matou Eduardo Campos

por Carlos Britto // 21 de agosto de 2014 às 07:00

acidente eduardoImagens registradas por câmeras de um prédio em construção apontam para falha humana como fator que contribuiu para a queda do avião em Santos (SP) no dia 13 de agosto, segundo dois especialistas ouvidos pelo G1. O vídeo mostra o momento exato da queda que matou o candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, e mais seis pessoas. Outro analista acredita em uma conjunção de fatores.

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), responsável pela apuração do acidente, diz que “desorientação espacial” dos pilotos e o uso de equipamentos nas asas que reduzem a velocidade após a arremetida estão entre as possibilidades investigadas.

As imagens obtidas com exclusividade pela TV Tribuna, afiliada da Rede Globo, mostram o jato com o nariz para baixo. Depois disso, atrás de outro prédio, é possível ver a fumaça por causa do incêndio. As câmeras estão instaladas a cerca de 500 metros do local do acidente.

O presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Marcelo Cerriotti, acredita que o mau tempo na manhã do acidente tenha desorientado a tripulação do jato Citation 560 XL.

“A hipótese de ‘desorientação espacial’ se torna cada vez mais real. É uma imagem de uma aeronave fora de controle. No avião é tudo muito rápido e pelas condições meteorológicas, ele estaria só com a visualização dos equipamentos, sem a linha de horizonte, a cerca de 200 nós [370 km/h]”, disse.

O presidente da Associação dos Pilotos e Proprietários de Aeronaves (APPA), George William Sucupira concorda que uma dificuldade de manobra da aeronave possa ter contribuído para a queda, mas não vê a desorientação espacial como um fator.

Eu não acredito que pela experiência dos pilotos tenha sido uma desorientação espacial. Eles estavam enxergando pela camada de nuvens. A imagem demonstra que o avião caiu com o nariz para baixo, na vertical. Fez um buraco e depois quebrou para frente. As peças ficaram totalmente destruídas, o que indica que houve acúmulo de velocidade, aliado ao acionamento dos flaps [instrumentos na asa que reduzem a velocidade de aviões] e queda de nariz”. O mergulho abrupto durante o recolhimento de flaps é arriscado, segundo o fabricante do jato envolvido no acidente.

Fatores

A “desorientação espacial” ocorre em condições com visibilidade ruim, em que o piloto é levado a crer que a aeronave está em uma direção pelos instrumentos, mas está em outra. Na possibilidade de isso ter acontecido, o comandante do jato em que estava Campos, dentro da nuvem, não percebeu que o avião estava indo para a esquerda, e forçou ainda mais a curva. A aeronave ficou, então, em posição de “faca” com as asas na vertical, provocando uma queda brusca.

O especialista em segurança de voo Ricardo Chilelli defende a conjunção de fatores para um acidente como o de Santos. “Se ele tivesse com condições meteorológicas boas e pudesse fazer o pouso no visual, possivelmente o avião teria aterrissado. Mas ele decide arremeter e faz o que prevê a carta de voo, mas não consegue retornar à posição para tentar um novo pouso. O mau tempo é o primeiro quesito que contribuiu”, afirmou. (Fonte: G1/foto reprodução)

Especialista sugere falha humana para queda de jatinho que matou Eduardo Campos

  1. Alfredo Moreira disse:

    Vai ser tudo menos sabotagem!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Últimos Comentários