As pessoas com deficiência visual se tornam mais independentes quando o ambiente doméstico é adaptado para as suas necessidades de acessibilidade. Com o objetivo de promover a inclusão social e conscientizar a população de que esse público pode viver com total autonomia, estudantes do curso técnico de nível médio em Desenho de Construção Civil do Centro Técnico de Educação Profissional (Cetep) Itaparica II/Wilson Pereira, no município de Paulo Afonso (norte baiano), desenvolveram o projeto ‘Casa Sustentável Adaptada – uma inclusão necessária’.
Para a realização do trabalho, os alunos visitaram pessoas cegas, em suas moradias, e dialogaram com elas sobre o que gostariam que melhorasse em suas residências para que se tornassem mais apropriadas. Mateus Gomes, 17 anos, aluno do 4º ano do curso em Desenho de Construção Civil, conta que, a partir desse contato, a equipe idealizou uma maquete de casa adaptada, unindo acessibilidade, segurança, conforto e sustentabilidade.
“O projeto surgiu através da nossa observação sobre a necessidade de casas projetadas para os deficientes visuais. E vimos que isto é possível com simples adaptações e móveis planejados, pensando em suas necessidades especiais”, explica o estudante, que esteve à frente do projeto junto com as colegas Rafaela Teixeira e Viviane Torre.
A proposta, completa Mateus, é reduzir ao máximo o risco de acidentes domésticos. E para que isto seja possível, o estudante frisa que o ambiente precisa ser adaptado. “O cego tem um mapa mental de sua casa, mas se os móveis são mudados, ele se perde e pode se machucar”, relata.
Dicas
O estudante acrescenta: “o piso precisa ser antiderrapante, e a ausência de tapetes em casa é importante. Outra coisa viável é o arredondamento da quina das paredes. Em uma de nossas visitas, por exemplo, notamos que um senhor estava com a testa ferida e, quando o perguntamos o que havia acontecido, ele disse que tinha batido justamente na quina da parede”.
A casa idealizada pela equipe do Cetep é composta também de telhado verde, com engenharia hídrica automática para a captação de água da chuva e aproveitamento no uso doméstico. “Nosso projeto está pronto para ser utilizado na construção civil e nosso maior objetivo é proporcionar acessibilidade e sustentabilidade, com segurança e conforto para os deficientes visuais”, conclui. (fotos/divulgação)
Muito bom, e excelente a intensão. Mas fica a questão, como uma pessoa com deficiência visual e ou sem visão vai conseguir uma casa destas? As condições sociais no Brasil são tão complicadas que mesmo quem enxerga não consegue casa própria e a assistência pública é tão precária e mal administrada….