“Eu seria capaz de perdoá-lo se ele ajudasse a fazer justiça por minha filha”, diz Lucinha Mota sobre ex-funcionário suspeito de apagar imagens do Caso Beatriz

por Carlos Britto // 13 de janeiro de 2019 às 11:23

(Foto: Duda Oliveira/Blog do Carlos Britto)

Eu conto com a participação dele. Eu seria capaz de perdoá-lo se ele ajudasse a fazer justiça por minha filha“. A afirmação é de Lucinha Mota sobre Allinson Henrique de Carvalho Cunha, ex-funcionário terceirizado do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, suspeito de ter apagado imagens de câmeras de segurança que teriam registrado a movimentação na noite do assassinato da menina Beatriz Angélica, ocorrido em 10 de dezembro de 2015, durante uma festa de formatura na própria instituição de ensino.

Essa declaração de Lucinha foi dada à TV Tribuna/Band na última sexta-feira (11), quando ela esteve no Recife para pedir agilidade na apuração e transparência nas informações sobre o crime, que completou três anos e um mês sem desfecho. Allinson Henrique está foragido há um mês.

O caso

Beatriz Angélica tinha sete anos quando foi assassinada na noite de 10 de dezembro de 2015, durante uma solenidade de formatura do Colégio Nossa Senhora Maria Auxiliadora, no Centro de Petrolina, onde estudava. Seu pai, o professor Sandro Romilton, fazia parte do quadro de funcionários da unidade de ensino.

O corpo da menina foi encontrado atrás de um armário, dentro de uma sala de material esportivo desativada após um incêndio provocado por ex-alunos do colégio. Essa sala fica próximo à quadra de esportes onde acontecia a solenidade de formatura das turmas do terceiro ano da escola, na noite do crime. A irmã da menina era uma das formandas.

A última imagem que a polícia tem de Beatriz foi registrada às 21h59 da noite do crime, quando ela se afasta da mãe e vai até o bebedouro do colégio, localizado na parte inferior da quadra. Minutos depois, o corpo da criança foi encontrado.

Disque-Denúncia

Quem tiver informações relevantes sobre o caso, pode acionar a Ouvidoria da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco – 181; WhatsApp – (87) 9 9911-8104; e Disque-Denúncia (81) – 3421-9595/3719-4545. Além disso, há um grupo de trabalho do MPPE, também por meio do WhatsApp: (81) 98878-5733. O sigilo é absoluto.

“Eu seria capaz de perdoá-lo se ele ajudasse a fazer justiça por minha filha”, diz Lucinha Mota sobre ex-funcionário suspeito de apagar imagens do Caso Beatriz

  1. Edilberto disse:

    Até agora não consegui entender esse caso, o negócio não é prender quem apagou as imagens e sim recuperar essas imagens, através de perícia forense, se o dispositivo de armazenamento ainda existe e está intacto as imagens estão lá, A única forma de não ser possível recuperar essas imagens é se foi fisicamente danificado o dispositivo (HD). Quando o pessoal da perícia forense apreende um HD (Dispositivo de armazenamento), o primeiro procedimento é fazer uma ‘imagem’ do dispositivo para salvar todos dados armazenados.

    1. JOAQUIN TEIXEIRA disse:

      Fala-se por aí que houve erros periciais nas primeiras horas. A polícia não sabe até hoje em que local do colégio ela foi morta.

  2. Querendo ajudar 🙏🏻 disse:

    Está obvio que este rapaz não apagou as imagens. Lamento que a família esteja focando nisso, pois acredito que tanta insistência nisso gera uma cortina de fumaça que só favorece o assassino. Se eu fosse próximo dessa família já teria tentado convencê-la de que sua postura não os ajuda, muito pelo contrário. É certo que ele fugiu e que em situações mais comuns isso implicaria culpa, mas convenhamos, um inocente também fugiria nessa situação. Eu pelo menos “capava o gato” até que se esclarecesse as coisas. Jamais iria me render a uma prisão injusta e me arriscar num presídio que não se sabe se é capaz de garantir minha segurança.

    Quem entende de tecnologia sabe de detalhes de põem em dúvida essa certeza de culpa do Alinson. Esse rapaz comentou erros primários por acreditar que na política haveria especialistas capazes de evitar a formação acidental do HD. Para entender isso precisa-se saber de questões técnicas como sistemas de arquivos de dispositivos de armazenamento, DVR e de como se deu a leitura desse dispositivo na polícia civil. Saibam que um HD configurado para um DVR dificilmente seria reconhecimento por um computador com Windows por exemplo. Uma tentativa de leitura entre sistemas distintintos certamente resultaria na solitação de formatação, assim o que deduzo que ocorreu:

    1 – Alinson resolveu entregar o HD à polícia civil invés de um backup das imagens por que assim ganharia-se tempo, afinal gerar backups de tantas imagens levaria muito tempo prejudicando as investigações. (ESSE FOI SEU GRANDE ERRO);

    2 – A polícia civil recebe o dispositivo, mas algo da errado e as imagens são perdidas, isso baseado nos relatos do advogado da escola, da delegada e dos ofícios que foram divulgados. Ora, formatação automática não existe, formatação automática seria auto formatação e isto as máquinas não fazem, é preciso intervenção humana. A demora da polícia em solicitar providências para recuperação das imagens, essa afirmação esdrúxula de auto formatação e o relato da delegada de que a deleção ocorreu a tarde, horário em que o dispositivo já estava em poder da polícia deixam cristalino o que ocorreu.

    3 – A polícia não assume a responsabilidade e a culpa recai sobre o último cidadão civil a ter acesso ao material. Nada há de incomum no fato de Alinson ter entrado naquele ambiente pois isso era comum as suas atividades no local. Obviamente, ele seria o último a ser gravado já que teve que desligar o DVR e remover o HD. Outro erro de Alinson foi não ter deixado outro HD para que as gravações continuassem. Talvez por que a escola assim determinou já tinha intenção de modernizar o sistema de monitoramento.

    Por fim, eu gostaria muito que a família se acalmasse e acreditasse na justificativa divina. Entregar a Deus é sempre a melhor solução pois ele age quando fazemos isso. Sei que às vezes nossa fé é abalada depois de traumas como esse, mas uma coisa é certa, Beatriz descansará em paz quando sua família estiver em paz. Nada é sem propósito, Deus vê todas as coisas.

  3. Defensor da liberdade disse:

    Eu é que não engulo essa história de imagens apagadas 20 dias após ocorrido. Fala sério, mandado de busca e apreensão se expede em menos de 24 horas, não é possível que nenhum inteligente da polícia, que ganham no mínimo 5/6 mil reais pensaram em pegar as imagens das câmeras no dia seguinte ao assassinato. O Allinson fez certo em não se entregar, investigação cheia de erros grotescos, vai sobrar para um inocente ainda.

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