Evangélicos ou não, vereadores de Petrolina aprovam atividades religiosas como serviço essencial

por Carlos Britto // 28 de abril de 2021 às 10:51

A maioria dos vereadores da Casa Plínio Amorim colocou de lado as críticas do Professor Gilmar Santos (PT) e aprovou na sessão remota de ontem (27) o projeto de lei 037/2021 – de autoria de Alex de Jesus (Republicanos), Diogo Hoffmann (PSC), Josivaldo Barros (PSC) e Osinaldo Souza (MDB), que integram a bancada evangélica, além do Capitão Alencar (Patriota) e Júnior Gás (Republicanos). A matéria pedia a inclusão das atividades religiosas como serviço essencial em momentos de calamidade pública como esse da pandemia de Covid-19. Nas duas votações, a matéria passou por 17 votos a favor  e um contra (justamente o do Professor Gilmar).

Relator da Comissão de Justiça, Redação e Legislação Participativa da Casa, Ruy Wanderley (PSC), que também é evangélico, assumiu seu “posicionamento veemente” em defesa do projeto. Segundo ele, são os templos religiosos, independente de crenças, que exercem um papel fundamental na pandemia no sentido de manter não apenas o equilíbrio espiritual como psicológico. Além disso, Ruy destacou que as igrejas prestam um papel relevante na área social, colaborando em minimizar o sofrimento dos mais carentes, sobretudo nesse momento.

Mas ele também fez ressalvas pelo fato de o projeto só ter entrado na pauta depois que a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) ter aprovado matéria semelhante há cerca de duas semanas. “Não podemos jogar a responsabilidade apenas para os deputados. Precisamos também fazer nossa parte, porque somos nós quem está mais perto da população”, avaliou.

Católicos, a governista Maria Elena (MDB) e seu colega de bancada César Durando (DEM) também respaldaram o projeto. Elena chegou a dizer que compreendia o comentário do Professor Gilmar, mas argumentou que não teria como votar contra se em Petrolina existem práticas até mais afrontosas em relação aos decretos com medidas restritivas de combate à pandemia. Já César justificou ter ido a templos evangélicos, quando foi convidado, e observou que esses locais estão seguindo rigorosamente todos os protocolos das autoridades sanitárias quanto à prevenção da Covid-19.

Humildade

Um dos protagonistas da celeuma em torno do projeto, por não ter dado seu parecer, o presidente da Comissão, Wenderson Batista ‘Pé de Galo’ (DEM) recebeu uma saraivada de críticas pelas redes sociais, nas últimas semanas. Ele explicou que sua atitude não foi por insensibilidade às necessidades espirituais dos cidadãos ou cerceamento às liberdades de culto. Pé de Galo destacou que é um cristão e lembrou que os decretos estaduais não proibiam o fechamento de igrejas ou templos, permitindo aos devotos exercer sua fé de maneira individual. Além disso, os líderes religiosos podiam propagar a Palavra de Deus utilizando as lives e outros meios de comunicação.

Mas ao tomar a decisão de negar a votação do projeto, ele disse ter levado em conta a situação dramática vivida por Petrolina no mês de março, quando as UTIs bateram 100% de ocupação. Com a aprovação de uma matéria semelhante na Alepe, de autoria do Pastor Collins (PP), Pé de Galo justificou que, a partir de então, havia uma legalidade hierárquica jurídica em nível estadual, fazendo com que o projeto municipal pudesse ser destravado. “Tive a humildade para voltar atrás”, ponderou.

Evangélicos ou não, vereadores de Petrolina aprovam atividades religiosas como serviço essencial

  1. Cidadão de bem disse:

    Os hospitais lotados, pessoas morrendo, pessoas perdendo seus entes queridos e aprovam este ato. Lamentável.

  2. Marcos disse:

    Que os responsáveis no futuro sejam responsabilizados, parabéns ao meu Vereador Professor Gilmar. honra meu voto.
    E aos “cristão” seguidores do irresponsável e inconsequente do Bolzonaro, parabéns por brincar com a vida, para fazer ibope com os alucinados “Crentes”, a estes podem encontrar com o Criador mais cedo, ADIANTAR o expediente.

  3. Avante disse:

    Dois objetivos: um meramente eleitoreiro, o dos vereadores, que, no caso da suposta bancada evangélica, de evangélicos só levam o nome e o econômico, da parte das igrejas, cuja liderança bem-remunerada, negociam com a fé dos incautos, sem falar que já não há mais igrejas, hoje temos verdadeiras empresas que vendem mal a Palavra de Deus, que, nos lábios desses homens perde a eficácia, uma vez que o testemunho não passa no plumo da Palavra. É triste ver a hipocrisia a passos largos. O Senhor não se deixa escarnecer. Um dia será posto pingos nos is.

  4. João R. disse:

    Pronto! Mais do que nunca sai mais lucrativo abrir uma igreja do que um bar, uma farmácia ou qualquer outro negócio! Pelo menos respeitaram as outras religiões! Os Deuses de cada uma delas deve ter vergonha das leis dos homens em aprovar uma coisas dessas em período que requer distanciamento social. Vergonha do Brasil! Só os deuses mesmo para ter pena desse povo!

    1. João Galileu disse:

      Tô nem ai, para exatamente nada.

  5. Paulo disse:

    Vcs que odeiam os que adoram a Deus criador dos céus e da terra vcs podem adorar demônios não esso evangélico que está permitido adorar não podem adorar seu deus também ficam só reclamando

  6. Jonas disse:

    Como diria a filósofa contemporânea Maju Coutinho: “O choro é livre!”
    Para aqueles que odeiam os cristãos, como se vê nos comentários postados aqui, a liberdade religiosa e de culto é uma das garantias fundamentais estabelecidas na nossa tão desrespeitada ultimamente Constituição. Só o fato de ter que existir uma lei que permita o livre exercício desse direito já demonstra que algo que era pra ser garantido não está de fato sendo. A busca a Deus, principalmente em tempos difíceis em que nós vivemos, além de trazer conforto e esperança para os que o buscam, ainda contribui para uma maior sensação de bem estar e felicidade, fortalecendo a imunidade, reduzindo estresse e revigorando a saúde mental; benefícios esses que por si sós já justificariam a essencialidade do tema; além disso, não se pode esquecer do grande trabalho social desempenhado por essas instituições religiosas, seja ajudando os mais necessitados com alimentos e vestuário, seja no trabalho de recuperação de drogados, ou seja apenas para escutar alguém, com seus problemas e dificuldades, oferecendo palavras de incentivo e conforto; problemas esses que simplesmente não deixaram de existir. Uma pandemia não pode jamais servir de pretexto para arbitrariedades, e a lei aprovada na Câmara de Vereadores vem restabelecer o direito, tão espancado nós últimos dias. Não se quer com isso que tais templos não obedeçam às regras sanitárias, mas impedi-las de exercerem as suas atividades, como o decretado pelos governantes é que não podemos concordar. Assim como supermercados, farmácias, indústrias, e até concessionárias de veículos (pasmem! Pro governo do Estado concessionárias de veículos é essencial e igreja não) funcionam com as medidas de cuidado com a transmissão, as igrejas e templos de qualquer culto também desejam o mesmo tratamento.
    PS: Pro único vereador que votou contra, talvez ele esteja com dor de cotovelo ao ver que os cristãos não adoram a “alma mais honesta do Brasil”: A jararaca de São Bernardo do Campo, objeto de louvor e adoração dele.

  7. Danilo Mororó disse:

    O que está por traz da liberação dos cultos religiosos pelas igrejas ¨evangélicas¨ é apenas a volta da arrecadação do dízimo, DINHEIRO, pois nos cultos virtuais não se consegue muito.

  8. Futuro disse:

    Essa é a melhor prova de que devemos renovar a câmara de vereadores de Petrolina. 4 passam depressa, espero que o povo seja sensato no futuro próximo.

  9. Beatriz Stern disse:

    Sou cristã desde sempre e já observei que a maioria das denominações religiosas está pensando no proselitismo e na arrecadação do dinheiro. Com tantas aparatos tecnológicos à disposição para transmitir as celebrações e facilitar a manutenção dos locais de culto, o pessoal insiste em ignorar que o Brasil passa pelo pior momento da pandemia e tornou-se um perigo até para a humanidade. Temos o segundo maior número de mortes no mundo por Covid e a maior média global de óbitos pela doença. No entanto, as autoridades ainda preferem negligenciar essa situação e tomar decisões que põem a vida da população em risco. Virou um “salve-se quem puder” mesmo. No final das contas, não restarão vidas, nem economia!

  10. Lis Barcelos disse:

    O país em colapso, com os problemas estruturais agravados, devido à pandemia; mas as autoridades políticas e is grandes empresários insistem em retornar à “vida normal”. Crueldade é pouco para denominar o que essa gente faz. Infelizmente, ainda vamos sofrer muito. A tendência é que a situação piore porque há pessoas lucrando bastante com o sofrimento alheio.

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